São Paulo, sábado, 03 de agosto de 2002

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CAMPANHA

Candidato tem suspeita de fratura e há dezenas de feridos; segundo Polícia Militar, houve superlotação

Desaba palco com Garotinho e Rosinha

Marco Antonio Resende/Folha Imagem
Rosinha Matheus e Garotinho momentos antes do acidente


DA SUCURSAL DO RIO

O palanque em que estavam o candidato à Presidência pelo PSB, Anthony Garotinho, sua mulher, Rosinha Matheus (candidata ao governo do Rio), o presidente nacional do partido, Miguel Arraes, e mais cerca de 150 pessoas desabou às 20h de ontem durante o primeiro comício da candidatura, na Cinelândia (centro do Rio).
Dezenas de pessoas ficaram feridas. Entre os machucados, Garotinho, com suspeita de fratura em uma das pernas, Rosinha, que desmaiou após bater a cabeça, e Arraes, que cortou o rosto.
Garotinho e Rosinha foram levados para o Hospital Copa D'Or (Copacabana, zona sul). Até as 21h40, o hospital não havia divulgado o estado de saúde do casal.
Garotinho tinha acabado de discursar quando o palanque desabou. A seu lado, Rosinha sambava. Na queda, o rosto dela bateu na estrutura de ferro do palanque, que tinha cerca de 2 m de altura.
Rosinha foi retirada do palanque desacordada. Garotinho saiu carregado por militantes. Os dois foram levados para a Câmara de Vereadores, onde receberam os primeiros socorros. Minutos depois, Garotinho saiu por uma porta lateral e foi levado para o hospital. Testemunhas contaram que ele gritava de dor.
O palanque estava superlotado, de acordo com a Polícia Militar. Além de militantes, políticos, seguranças, candidatos e jornalistas, havia toneladas de equipamentos de som sobre o palco, formado por tábuas de madeira.
O coronel Paulo Gomes, ex-secretário estadual de Defesa Civil, disse que a queda ocorreu "por causa de uma concentração de pessoas em volta de Garotinho e Rosinha". Ele estava no comício. A 5ª Delegacia de Polícia do Rio instaurou inquérito sobre o caso. À noite, já havia peritos no local para apurar as causas do acidente. O Corpo de Bombeiros anunciou ter socorrido ao menos 18 feridos.
Os casos mais graves foram os dos prefeitos de Cantagalo (a 180 km do Rio), Geraldo Pires Guimarães, com suspeita de fratura na perna esquerda, e de Piraí (a 80 km do Rio), Luiz Fernando Pezão, com suspeita de fratura na perna direita. O vereador Eracy Pinheiro, de Cantagalo, teve um corte profundo na perna direita e perdeu muito sangue. Os três foram levados a clínicas particulares.
Os demais feridos foram para hospitais próximos ao centro. No Hospital Municipal Souza Aguiar, até as 21h40, nove atendimentos tinham ocorrido.
Logo após o desabamento, houve uma briga entre seguranças da Câmara e o candidato a deputado estadual Bernardo Ariston, filho de Augusto Ariston, assessor de Garotinho. O motivo foi o fato de seguranças terem impedido que feridos fossem atendidos dentro do prédio da Câmara. Militantes e cabos eleitorais tomaram o partido de Ariston, o que originou uma pancadaria generalizada.
Garotinho estava encarando o comício como o início de sua arrancada. Segundo os organizadores, cerca de 20 mil pessoas compareceram. Já a PM calculou em 10 mil o número de presentes.



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