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Grupo acusa sumiço de R$ 1,7 mi de empresa
FÁTIMA FERNANDES
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um grupo de trabalhadores da
Coferraz, siderúrgica falida em 82
em Santo André (SP), vai denunciar ao Ministério Público Federal
o sumiço de cerca de R$ 1,7 milhão, que deveria estar na conta
da massa falida da empresa.
O Sindicato dos Metalúrgicos
de Santo André, filiado à Força
Sindical -cujo dirigente licenciado, Paulo Pereira da Silva, é vice
na chapa de Ciro Gomes (PPS)-
era, desde 82, o síndico da massa
falida da Coferraz e, assim, responsável pelos recursos que seriam usados para pagar os direitos dos trabalhadores. Mas só
60% do dinheiro dos empregados
foi pago -em 86 e 92. Os trabalhadores montaram uma comissão para defender seus direitos.
No processo da massa falida,
que está na 3ª Vara Cível de Santo
André, o dinheiro que teria de ser
liberado para os operários no fim
de 2001 (R$ 919.024,62) foi transferido de contas e de bancos. Mas
os trabalhadores não receberam.
Em novembro do ano passado,
esse dinheiro foi retirado da conta
judicial da agência da Nossa Caixa
Nosso Banco no Fórum de Santo
André e levado para outra agência
do mesmo banco, já em nome do
sindicato. Em dezembro, o valor,
resultado da unificação de 947
contas de depósitos judiciais (créditos que a massa falida tinha a receber), foi levado para uma agência do banco Santander, também
em nome do sindicato.
Cheques judiciais
A movimentação foi irregular.
Advogados ouvidos pela Folha
dizem que os recursos só podiam
ser liberados por meio de cheques
judiciais, nominais e assinados
por um juiz, o que não foi o caso.
E o sindicato teria de prestar conta sobre o destino da verba.
Segundo trabalhadores da empresa, o presidente do sindicato,
Cícero Firmino da Silva, contratou outros advogados para cuidarem da questão -o que facilitou
a transferência.
No processo, há informação de
que outros recursos foram desviados de uma conta que se refere a
depósitos recursais (recursos depositados na Justiça para dar continuidade ao processo da massa
falida). Havia nessa conta R$
2.189.429,18. O valor foi liberado
por meio de alvará para o sindicato e depositado em uma conta de
um dos advogados na Caixa em
Matão (interior de SP). Segundo o
processo, a Caixa conseguiu por
meio de liminar bloquear essa
conta, mas já haviam sido retirados R$ 747.424,85.
O promotor de Justiça José Saikali, que cuida do caso, afirmou
que o sindicato desde anteontem
não é mais o síndico da massa falida. No seu lugar, entrou o antigo
advogado do processo, Alfredo
Luiz Kulgemas, aprovado pelos
trabalhadores. E foi expedida ordem de prestação de contas para o
sindicato.
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