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PTB pede processo para cassar petista
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
Minutos antes do depoimento
de José Dirceu ao Conselho de Ética da Câmara, o presidente do
PTB, Flávio Martinez, apresentou
representações pedindo a cassação dos mandatos de Dirceu, do
presidente do PL, Valdemar Costa Neto (SP), e do líder do PL na
Câmara, Sandro Mabel (GO).
As três representações alegam
quebra de decoro parlamentar
em razão do suposto envolvimento com o escândalo do "mensalão". Elas serão analisadas pelo
Conselho, que decidirá se abrirá
ou não processo contra os três.
Caso a comissão decida pela
abertura dos processos, Dirceu e
Mabel ficarão formalmente impedidos de renunciar aos mandatos,
correndo o risco de perder o direito a disputar eleições se forem
cassados. No caso de Costa Neto,
que anunciou anteontem sua renúncia, o processo deverá ser invalidado, disse o presidente do
Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP).
Na representação contra o ex-ministro, o PTB acusa Dirceu de
"fraudar o regular encaminhamento dos trabalhos no Legislativo" -segundo o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), parlamentares votavam a favor do governo em troca de uma "mesada",
supostamente paga pelo publicitário Marcos Valério por determinação de Dirceu e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
O presidente do PTB, irmão do
ex-deputado José Carlos Martinez
[morto em 2003], disse que apresentará requerimentos similares,
até o final da semana, contra o líder do PP na Casa, José Janene
(PR), e o ex-líder da sigla Pedro
Henry (MT). Ambos são acusados por Jefferson de envolvimento no escândalo do "mensalão".
Martinez rechaçou a versão de
que o PTB teria adiado as representações contra o PP devido a
uma possibilidade de acordo, supostamente chancelado pelo presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), para tentar evitar cassações de mandatos.
"Eu sou o presidente do partido
e estava fora do país. Foi só isso,
não vamos passar falsa impressão
das coisas. Não ficou pronta [a representação] antes por falta de
tempo hábil", disse: "Durante a
semana se falava em pizza, então
acabamos como o "pizzaiolo'".
Martinez negou que a iniciativa
de ontem era uma tática para
pressionar Dirceu.
(SN)
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