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Líder da máfia de combustíveis apoiou Conde
Renan Leite, que doou R$ 50 mil, foi preso por suposta adulteração de gasolina e sonegação de impostos
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O novo presidente de Furnas,
Luiz Paulo Conde (PMDB), recebeu R$ 50 mil em doação de
campanha do suposto chefe da
"máfia dos combustíveis" do
Rio, revelada pela Polícia Federal em novembro de 2004.
Renan Macedo Leite, preso
pela PF na Operação Poeira no
Asfalto, foi o maior doador individual para a campanha de
Conde à Prefeitura do Rio em
2004, quando ele perdeu para o
atual prefeito, Cesar Maia, do
DEM. Foram R$ 50 mil repassados à conta de campanha em
13 de setembro daquele ano.
Leite era bem relacionado
com peemedebistas do Rio.
Trabalhava como assessor do
deputado estadual Domingos
Brazão (PMDB-RJ) ao ser preso pela PF com outras 43 pessoas. Segundo a investigação, a
suposta quadrilha adulterava
combustíveis, forjava documentos e sonegava impostos.
Ao ser preso, o assessor era
proprietário de oito postos de
combustíveis no Estado. Leite
seria o elo do esquema com
parlamentares do Estado, entre eles o então deputado federal André Luiz (PMDB), que
depois acabaria cassado pela
Câmara dos Deputados.
Leite foi procurado ontem
pela Folha, mas não foi localizado. No gabinete do deputado
Domingos Brazão, a informação dada foi de que ele "sumiu"
após ser solto: "Ele teve uma
passagem rápida pelo gabinete
porque o deputado era amigo
dele. Mas desde então ele sumiu", disse o chefe de gabinete
de Brazão, Vanderlei Viana.
Na campanha de 2004, Conde foi contemplado com doações de várias empresas imobiliárias e de construção civil. A
mais generosa foi a construtora
OAS, com R$ 290 mil. Em seguida vieram as construtoras
Carioca Christien Engenharia,
com R$ 215 mil, e UTC Engenharia, com R$ 210 mil. Conde
foi indicado pelo PMDB do Rio
para a presidência de Furnas.
Segundo sua assessoria de imprensa, "a doação foi declarada
na prestação de contas e foi
aprovada pelo TRE. Na data da
doação não havia nada contra o
doador".
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