São Paulo, sexta-feira, 03 de agosto de 2007

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Líder da máfia de combustíveis apoiou Conde

Renan Leite, que doou R$ 50 mil, foi preso por suposta adulteração de gasolina e sonegação de impostos

FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O novo presidente de Furnas, Luiz Paulo Conde (PMDB), recebeu R$ 50 mil em doação de campanha do suposto chefe da "máfia dos combustíveis" do Rio, revelada pela Polícia Federal em novembro de 2004.
Renan Macedo Leite, preso pela PF na Operação Poeira no Asfalto, foi o maior doador individual para a campanha de Conde à Prefeitura do Rio em 2004, quando ele perdeu para o atual prefeito, Cesar Maia, do DEM. Foram R$ 50 mil repassados à conta de campanha em 13 de setembro daquele ano.
Leite era bem relacionado com peemedebistas do Rio. Trabalhava como assessor do deputado estadual Domingos Brazão (PMDB-RJ) ao ser preso pela PF com outras 43 pessoas. Segundo a investigação, a suposta quadrilha adulterava combustíveis, forjava documentos e sonegava impostos.
Ao ser preso, o assessor era proprietário de oito postos de combustíveis no Estado. Leite seria o elo do esquema com parlamentares do Estado, entre eles o então deputado federal André Luiz (PMDB), que depois acabaria cassado pela Câmara dos Deputados.
Leite foi procurado ontem pela Folha, mas não foi localizado. No gabinete do deputado Domingos Brazão, a informação dada foi de que ele "sumiu" após ser solto: "Ele teve uma passagem rápida pelo gabinete porque o deputado era amigo dele. Mas desde então ele sumiu", disse o chefe de gabinete de Brazão, Vanderlei Viana.
Na campanha de 2004, Conde foi contemplado com doações de várias empresas imobiliárias e de construção civil. A mais generosa foi a construtora OAS, com R$ 290 mil. Em seguida vieram as construtoras Carioca Christien Engenharia, com R$ 215 mil, e UTC Engenharia, com R$ 210 mil. Conde foi indicado pelo PMDB do Rio para a presidência de Furnas. Segundo sua assessoria de imprensa, "a doação foi declarada na prestação de contas e foi aprovada pelo TRE. Na data da doação não havia nada contra o doador".


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