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Tucano obtém 33 nomes para CPI das nomeações
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), apresentou
ontem à Mesa Diretora requerimento para instalação de uma
CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) destinada a investigar
as nomeações políticas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Virgílio colheu 33 assinaturas
-são necessárias 27 para instalação. Paulo Paim (RS), vice-presidente do Senado, foi o único petista a assinar o requerimento.
"Assinei como assino requerimentos de informações para vários senadores. Nem tinha percebido especificamente do que se
tratava", afirmou Paim.
Questionado sobre se pretende
retirar a assinatura, o petista disse
que discutirá isso hoje em reunião
com a bancada do partido no Senado. "Até porque isso não muda
nada. Há 33 assinaturas."
"Essas pessoas [nomeadas] vão
ser chamadas [para depor] para
verificarmos sua competência
técnica, pois estão sendo usadas
para aparelhar o Estado. E com
uma agravante: repassam percentuais de seus salários -oriundos
dos cofres públicos- para o PT",
afirmou Virgílio.
Desde a semana passada, quando se tornou pública uma crise no
Inca (Instituto Nacional do Câncer) devido a nomeações políticas
para áreas estratégicas do órgão, o
que provocou falta de medicamento para os pacientes, os senadores endureceram o discurso.
Inicialmente, Virgílio anunciou
que colheria assinaturas para instalar uma CPI para investigar as
nomeações para o Inca e a Funasa
(Fundação Nacional da Saúde).
Ontem, acatando uma proposta
do líder do PFL no Senado, José
Agripino (RN), o tucano ampliou
o foco do requerimento.
Da tribuna, o senador Demóstenes Torres (PFL-GO) atacou a
"lulalândia", termo que usou para
designar a gestão petista da máquina pública. "Na lulalândia, a fidelidade ao Partido dos Trabalhadores é o passaporte ao confortável cubículo do poder", afirmou.
Segundo o líder do governo no
Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), o governo "teve problemas"
na gestão do Inca. "Mas não vamos deixar de mudar essas estruturas nem aceitar pressões de grupos de interesse que estão encastelados em alguns espaços da administração pública", afirmou.
(ANDRÉA MICHAEL)
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