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São Paulo, quarta-feira, 03 de setembro de 2003

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Tucano obtém 33 nomes para CPI das nomeações

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), apresentou ontem à Mesa Diretora requerimento para instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) destinada a investigar as nomeações políticas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Virgílio colheu 33 assinaturas -são necessárias 27 para instalação. Paulo Paim (RS), vice-presidente do Senado, foi o único petista a assinar o requerimento.
"Assinei como assino requerimentos de informações para vários senadores. Nem tinha percebido especificamente do que se tratava", afirmou Paim.
Questionado sobre se pretende retirar a assinatura, o petista disse que discutirá isso hoje em reunião com a bancada do partido no Senado. "Até porque isso não muda nada. Há 33 assinaturas."
"Essas pessoas [nomeadas] vão ser chamadas [para depor] para verificarmos sua competência técnica, pois estão sendo usadas para aparelhar o Estado. E com uma agravante: repassam percentuais de seus salários -oriundos dos cofres públicos- para o PT", afirmou Virgílio.
Desde a semana passada, quando se tornou pública uma crise no Inca (Instituto Nacional do Câncer) devido a nomeações políticas para áreas estratégicas do órgão, o que provocou falta de medicamento para os pacientes, os senadores endureceram o discurso.
Inicialmente, Virgílio anunciou que colheria assinaturas para instalar uma CPI para investigar as nomeações para o Inca e a Funasa (Fundação Nacional da Saúde). Ontem, acatando uma proposta do líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), o tucano ampliou o foco do requerimento.
Da tribuna, o senador Demóstenes Torres (PFL-GO) atacou a "lulalândia", termo que usou para designar a gestão petista da máquina pública. "Na lulalândia, a fidelidade ao Partido dos Trabalhadores é o passaporte ao confortável cubículo do poder", afirmou.
Segundo o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), o governo "teve problemas" na gestão do Inca. "Mas não vamos deixar de mudar essas estruturas nem aceitar pressões de grupos de interesse que estão encastelados em alguns espaços da administração pública", afirmou. (ANDRÉA MICHAEL)


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