São Paulo, sexta-feira, 03 de setembro de 2004

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PAINEL

Discurso único 1
Economistas reunidos nesta semana com diretores do Banco Central em São Paulo foram quase unânimes na conclusão: os juros devem subir. Falta apenas definir quando e quanto.

Discurso único 2
Crescimento acelerado. Foi esse o principal argumento levantado no encontro BC-economistas para embasar o refrão de que o país dificilmente escapará de ajuste nos juros, apesar da ladainha de Lula e companhia.

Setembro vermelho
Os novos disparos verbais de José Dirceu contra o PSDB têm um pouco de destempero e muito de cálculo eleitoral. Trata-se, nas palavras de um integrante do governo, "de botar sangue na boca da militância do PT".

Questão de tom
A porção mais sóbria do governo aceita os arroubos de Dirceu como um dado da realidade eleitoral. Lamenta apenas que, como é de seu feitio, o chefe da Casa Civil tenha tocado a música "uma oitava acima".

"PT bulls"
Ganharam o apelido de "cães raivosos" os petistas paulistanos que já não escondem sua discordância com a propaganda de Marta Suplicy. Querem porque querem bater duro nos tucanos.

No aquecimento
A campanha petista em São Paulo terá em breve novas participações especiais de Eduardo Suplicy e pelo menos uma aparição de Antonio Palocci, até agora usado com muita parcimônia nos palanques do partido.

Top of mind 1
Embolada com José Serra na disputa pelo primeiro lugar em São Paulo, Marta Suplicy bate o adversário num quesito que faz diferença no dia da votação: no Datafolha, 69% dos eleitores da petista conhecem seu número; são 43% no caso do tucano.

Top of mind 2
A vantagem de Marta chama a atenção quando se leva em conta que seu eleitor é, em geral,menos instruído que o de Serra.

Desidratação
Em seminário eleitoral, o PSDB estimou ter 100 mil candidatos a prefeito, vice e vereador neste ano. Segundo o TSE, são 35 mil. Em 2000, foram 41 mil.

Linguagem de sinais 1
Com problemas na voz, Paulo Maluf tem sido substituído por seus assessores nos discursos de campanha. O candidato do PP permanece ao lado no palanque, limitando-se a gesticular.

Linguagem de sinais 2
Anteontem, enquanto um assessor prometia que "o PAS vai voltar com a vitória de Maluf", o ex-prefeito tirava do bolso, para em seguida exibir ao público, uma carteirinha do antigo sistema de saúde. E fazia o sinal de positivo sempre que elogiado.

Agenda cheia
Candidata deserdada pelo PT, Luizianne Lins marcou um comício por dia até o final da campanha em Fortaleza. Para deixar claro que não renunciará, como gostaria a cúpula partidária.

Velocista
Chamado a substituir Téo Vilela, que na última hora desistiu de concorrer em Maceió, o cardiologista José Vanderlei (PMDB) saiu de traço para 20% nas pesquisas. Resta saber se terá fôlego para enfrentar Cícero Almeida (PDT), líder com 42%.

Visitas à Folha
O desembargador Carlos Renato de Azevedo Ferreira, presidente da Academia Paulista de Magistrados, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado do desembargador Marcus Vinícius dos Santos Andrade, diretor-secretário, do desembargador José Rodrigues de Carvalho Netto, diretor-tesoureiro, e do juiz Marco Antonio Marques da Silva, diretor cultural e de eventos.

TIROTEIO

Do vereador paulistano José Américo (PT), sobre o candidato tucano a prefeito, José Serra, ter afirmado que, se eleito, manterá o Bilhete Único:
-Ele deixará a batata quente para o Alckmin. A prefeita será reeleita e o governador não poderá fugir de integrar o sistema ao metrô, sob a batuta do PT.

CONTRAPONTO

Senhora importante

Ao ser indicado presidente da comissão que analisou a Lei de Anistia, em 1979, Teotônio Vilela, morto em 1983, iniciou peregrinação pelos locais onde estavam os presos do regime militar.
Oriundo da Arena, partido que deu sustentação aos governos militares, o senador pretendia, com seu roteiro de visitas, ajudar a desfazer a imagem negativa que parte da sociedade tinha desses detentos, por ele chamados de "moços idealistas".
No presídio paulista do Barro Branco, onde estava o hoje presidente do PT, José Genoino, um oficial da PM tentou impedir a entrada do senador.
-Abra esse portão!-, trovejou Teotônio Vilela.
O oficial quis saber:
-Em nome de quem?
Vilela nem pestanejou:
-Em nome da República!
Intimidado, o oficial, já abrindo o portão, limitou-se a dizer:
-Mas quem é essa senhora?


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