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Ciro vê "bairrismos e paroquialismos"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao defenderem ontem o projeto do governo de transposição das
águas do rio São Francisco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
o ministro Ciro Gomes (Integração Nacional) atacaram "ideologias", "bairrismos" e "paroquialismos" envolvidos na discussão.
Segundo Ciro, a iniciativa do
Comitê da Bacia de levar a discussão do projeto à Justiça significa
"a derrota da negociação, do diálogo e da conversa". Ontem, a Folha mostrou que o projeto de
transposição pode ser levado à
Justiça antes mesmo de a obra obter licença ambiental para sair do
papel. A transposição, uma das
prioridades do governo Lula, tem
custo estimado em R$ 4,2 bilhões.
Lula foi o primeiro a falar sobre
o tema, pela manhã, em discurso
improvisado durante reunião do
Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social, no Planalto.
Ele disse que existe um "debate
eminentemente ideológico" do
tema: "Tem gente que é contra [a
transposição] sem saber por que é
contra, tem gente que é favorável
sem saber por que é favorável;
tem gente que coloca isso num
debate eminentemente ideológico, tem gente que coloca numa visão... Ou seja, as pessoas não se
dão conta de que nós temos uma
região onde moram milhões e milhões de brasileiros e brasileiras,
que há 300 anos foram vítimas do
governo da época, que detectou a
seca e até agora não teve solução."
Para o presidente, a transposição das águas do rio "é uma revolução na região que vai produzir
efeitos extraordinários daqui a
cinco, seis ou dez anos".
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