São Paulo, sexta-feira, 03 de setembro de 2004

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Ciro vê "bairrismos e paroquialismos"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao defenderem ontem o projeto do governo de transposição das águas do rio São Francisco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Ciro Gomes (Integração Nacional) atacaram "ideologias", "bairrismos" e "paroquialismos" envolvidos na discussão.
Segundo Ciro, a iniciativa do Comitê da Bacia de levar a discussão do projeto à Justiça significa "a derrota da negociação, do diálogo e da conversa". Ontem, a Folha mostrou que o projeto de transposição pode ser levado à Justiça antes mesmo de a obra obter licença ambiental para sair do papel. A transposição, uma das prioridades do governo Lula, tem custo estimado em R$ 4,2 bilhões.
Lula foi o primeiro a falar sobre o tema, pela manhã, em discurso improvisado durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, no Planalto.
Ele disse que existe um "debate eminentemente ideológico" do tema: "Tem gente que é contra [a transposição] sem saber por que é contra, tem gente que é favorável sem saber por que é favorável; tem gente que coloca isso num debate eminentemente ideológico, tem gente que coloca numa visão... Ou seja, as pessoas não se dão conta de que nós temos uma região onde moram milhões e milhões de brasileiros e brasileiras, que há 300 anos foram vítimas do governo da época, que detectou a seca e até agora não teve solução."
Para o presidente, a transposição das águas do rio "é uma revolução na região que vai produzir efeitos extraordinários daqui a cinco, seis ou dez anos".


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