|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Cassáveis" do PT não deixam chapa do Campo
DA REPORTAGEM LOCAL
Integrantes do Campo Majoritário, reunidos ontem em São
Paulo, decidiram manter os nomes de parlamentares envolvidos
no suposto "mensalão" na chapa
que concorrerá no PED (Processo
de Eleição Interna).
O ex-ministro da Casa Civil José
Dirceu disse que não sairá da chapa argumentando que sua saída
poderia fragilizar sua própria defesa - e de outros petistas na lista
de "cassáveis"- no Congresso.
Nenhum dos acusados de envolvimento no suposto "mensalão" manifestou também disposição de abandonar da chapa.
Houve pressão para a saída de
Dirceu, mas acabou sendo decidido que não será levado à votação a
proposta de retirada do nome dele da chapa.
Em resposta aos apelos dos petistas para deixar de concorrer, o
ex-ministro disse que não sai de
jeito nenhum. "É pré-julgamento,
é ser condenado antes do tempo."
O candidato a presidente do PT
pelo Campo Majoritário, o secretário-geral do partido, Ricardo
Berzoini, rejeitou votação para
propor a retirada do nome de Dirceu. "É uma decisão de foro íntimo, não proponho votação em
hipótese alguma"
Durante o encontro, houve críticas indiretas ao líder do governo
no Senado, Aloizio Mercadante
(SP) -um dos primeiros a pedir
a saída de Dirceu da chapa -, à
senadora Ideli Salvati (SC) e ao
deputado Carlos Abicalil (MT).
Uma das queixas é que não houve
articulação deles no Congresso
para incluírem tucanos na listas
dos "cassáveis".
Sindicância
A Comissão de Sindicância do
PT deve adiar apresentação do relatório sobre os parlamentares
acusados de participar do esquema do suposto "mensalão".
Dois dos três integrantes da comissão afirmaram ontem que o
grande volume de documentos
-dados de acusação e defesa de
nove deputados, entre eles, Dirceu- pode impedir que o parecer seja apresentado e votado na
reunião do Diretório Nacional,
que acontece hoje em São Paulo.
O Diretório Nacional pode decidir hoje abrir processo interno
contra os acusados. Basta que algum participante da reunião faça
a proposta e a ponha em votação.
De certo mesmo na reunião, porém, só a aprovação da expulsão
de Delúbio Soares.
Outro fator, porém, deve contribuir para o adiamento do destino
dos demais acusados: as eleições
internas petistas, que elegerão nova Comissão de Ética. O argumento: melhor abrir os processos
com a posse dos novos nomes.
(CATIA SEABRA E FLÁVIA MARREIRO)
Texto Anterior: Escândalo do "mensalão"/PT X PT: João Paulo responsabiliza Lula por alianças Próximo Texto: Campo minoritário: Berzoini discursa em reunião esvaziada Índice
|