São Paulo, sábado, 03 de setembro de 2005

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"Cassáveis" do PT não deixam chapa do Campo

DA REPORTAGEM LOCAL

Integrantes do Campo Majoritário, reunidos ontem em São Paulo, decidiram manter os nomes de parlamentares envolvidos no suposto "mensalão" na chapa que concorrerá no PED (Processo de Eleição Interna).
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu disse que não sairá da chapa argumentando que sua saída poderia fragilizar sua própria defesa - e de outros petistas na lista de "cassáveis"- no Congresso.
Nenhum dos acusados de envolvimento no suposto "mensalão" manifestou também disposição de abandonar da chapa.
Houve pressão para a saída de Dirceu, mas acabou sendo decidido que não será levado à votação a proposta de retirada do nome dele da chapa.
Em resposta aos apelos dos petistas para deixar de concorrer, o ex-ministro disse que não sai de jeito nenhum. "É pré-julgamento, é ser condenado antes do tempo."
O candidato a presidente do PT pelo Campo Majoritário, o secretário-geral do partido, Ricardo Berzoini, rejeitou votação para propor a retirada do nome de Dirceu. "É uma decisão de foro íntimo, não proponho votação em hipótese alguma"
Durante o encontro, houve críticas indiretas ao líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (SP) -um dos primeiros a pedir a saída de Dirceu da chapa -, à senadora Ideli Salvati (SC) e ao deputado Carlos Abicalil (MT). Uma das queixas é que não houve articulação deles no Congresso para incluírem tucanos na listas dos "cassáveis".

Sindicância
A Comissão de Sindicância do PT deve adiar apresentação do relatório sobre os parlamentares acusados de participar do esquema do suposto "mensalão".
Dois dos três integrantes da comissão afirmaram ontem que o grande volume de documentos -dados de acusação e defesa de nove deputados, entre eles, Dirceu- pode impedir que o parecer seja apresentado e votado na reunião do Diretório Nacional, que acontece hoje em São Paulo.
O Diretório Nacional pode decidir hoje abrir processo interno contra os acusados. Basta que algum participante da reunião faça a proposta e a ponha em votação. De certo mesmo na reunião, porém, só a aprovação da expulsão de Delúbio Soares.
Outro fator, porém, deve contribuir para o adiamento do destino dos demais acusados: as eleições internas petistas, que elegerão nova Comissão de Ética. O argumento: melhor abrir os processos com a posse dos novos nomes. (CATIA SEABRA E FLÁVIA MARREIRO)


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