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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Tucano e sanguessuga apóiam Lula no Rio
Petista reúne de 52 dos 92 prefeitos fluminenses e mostra força com representantes de 13 partidos, inclusive do PSDB
Adesão indica que Lula
construiu um terceiro
palanque no Rio; maioria
dos prefeitos está com
Sérgio Cabral Filho (PMDB)
MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO
Em um encontro com a participação de pelo menos um
suspeito de embolsar propina
da máfia das ambulâncias, o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) recebeu ontem no
Rio o apoio de dois prefeitos de
partidos da coligação de Geraldo Alckmin (PSDB).
O prefeito de Saquarema,
Antônio Peres Alves (PMDB),
foi citado pelo deputado Carlos
Sampaio (PSDB-SP), subrelator da CPI das Sanguessugas,
como beneficiário do esquema.
Peres foi um dos 52 prefeitos
fluminenses (56,5% do total de
92), de 13 partidos, que se manifestaram a favor de Lula em
um hotel na zona oeste.
Ele nega que a Prefeitura tenha comprado ambulâncias da
Planam. O vice-presidente da
Associação Brasileira de Municípios, Carlos Pereira (PP, prefeito de Tinguá), sublinhou a
condição de suspeitos -e não
condenados- dos colegas.
"O presidente Lula não pode
entrar nesses detalhes", disse
Pereira. "Ele está olhando a
macrossituação do país, a macrossituação da sua campanha.
Não pode nesse momento estar
escolhendo voto a, b ou c."
Terceiro palanque
O evento foi uma demonstração da força de Lula, embora
com freqüência aquém dos 65
prefeitos esperados.
A maioria participa da campanha de Sérgio Cabral Filho
(líder, com 42%, na última pesquisa Datafolha). Os dois candidatos que apóiam oficialmente Lula são Marcelo Crivella (PRB, 19%) e Vladimir Palmeira (PT, 1%).
A adesão majoritária dos prefeitos indica que Lula construiu
um terceiro -e mais forte- palanque no Rio. Cabral diz que se
mantém neutro na disputa presidencial. Riverton Mussi
(PSDB), prefeito de Macaé, disse que aderiu ao presidente
porque Lula "abriu as portas
aos municípios do interior".
O prefeito de Porto Real, Jorge Serfiotis (PFL), afirmou que
preferiu Lula porque o presidente "vai ganhar a eleição".
"Tenho que pensar no município." Ele é correligionário do
prefeito do Rio, Cesar Maia,
pró-Alckmin.
Outros três prefeitos suspeitos de receber propina da máfia
das ambulâncias tinham crachás à disposição, mas a organização não confirmou suas presenças. A direção da campanha
se recusou a divulgar a lista de
comparecimento.
O presidente criticou, sem citar nomes, o ex-governador Garotinho e a governadora Rosinha, ambos do PMDB anti-lulista. De acordo com Lula, a
União poderia ter investido no
Rio R$ 500 milhões no programa social Bolsa-Família (gastou R$ 294 milhões em 2005),
se não houvesse má vontade do
Estado. Também sem citar nomes, usou Alckmin para fazer
um contraponto ao casal, dizendo que teve "um bom relacionamento com o [então] governador de São Paulo, que hoje é meu adversário".
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