São Paulo, domingo, 03 de setembro de 2006

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Presidente já pensa em Marta Suplicy ou Ciro Gomes para a disputa de 2010

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Se reeleito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia que dois nomes de seu campo político sairão na frente na corrida para disputar o Palácio do Planalto em 2010: a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) e o ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes (PSB).
O governador Aécio Neves (PSDB), favorito à reeleição em Minas, seria o "oposicionista" com o qual flertaria em 2010, mais ou menos como o então presidente Fernando Henrique Cardoso fez com Lula em 2002. FHC não escondia que não o desagradaria passar a faixa presidencial ao petista, apesar de ter apoiado José Serra.
Em conversas reservadas, o presidente e auxiliares têm refletido sobre o que seria um PT pós-Lula. O presidente crê que Marta seria hoje a liderança petista com maior densidade depois dele. Numa eventual pesquisa sobre a sucessão de 2010, Lula imagina que ela deixaria bem para trás nomes como o do senador Aloizio Mercadante e dos ministros Tarso Genro (Relações Institucionais) e Dilma Rousseff (Casa Civil).
Com a provável derrota de Mercadante na disputa contra Serra pelo governo paulista, Lula acredita que o senador não terá a força política nem partidária para se impor a Marta. A ex-prefeita conta com um hábil articulador político que deseja renascer das cinzas: o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci é o principal conselheiro do projeto "Marta 2010".
Antes do "caseirogate", Palocci tinha pretensão presidencial para suceder Lula se o atual presidente se relegesse. Lula também o via como sua melhor aposta. Mas Palocci caiu, e hoje tenta refazer a carreira política concorrendo a deputado federal, planejando ser um operador de Lula no Congresso.
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu é outro petista de peso que tem simpatia pela eventual candidatura de Marta em 2010. Com influência em setores do PT, faz dupla com Palocci ao incentivar o sonho presidencial da ex-prefeita.
Para Lula, o lançamento de uma mulher à Presidência pelo PT teria forte apelo. E seria ideal como contraponto a Serra, caso este bata Aécio na disputa tucana em 2010 e Alckmin não se eleja. Marta e Serra são rivais na política paulista.
Fora do PT, Lula acha que Ciro tem mais chance de ser o candidato das forças que apoiarão seu eventual segundo mandato. Como ministro da Integração Nacional, Ciro conquistou a confiança de Lula, para quem perdeu a eleição de 2002. O petista acredita que Ciro, se eleito deputado federal, pode ser uma boa alternativa para a presidência da Câmara. No PT, o nome mais forte hoje para a Câmara é o de Ricardo Berzoini (SP), presidente do partido.


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