São Paulo, terça-feira, 03 de outubro de 2000

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BALANÇO PRELIMINAR
Com 98,8% dos votos apurados, partido do presidenciável Ciro Gomes saltou de 33 para 163 prefeituras; PMDB obtém o maior número de administrações municipais
PPS tem o maior crescimento de prefeitos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PPS foi o partido que mais cresceu em número de prefeitos eleitos, seguido pelo PT, conforme resultado parcial divulgado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no momento em que estavam apurados os votos de 98,8% das urnas.
Na disputa às Câmaras Municipais, o PPS conseguiu eleger mais vereadores do que o PT, segundo o levantamento preliminar. O PMDB manteve a posição de liderança verificada em 1996, sendo novamente seguido por PFL, por PSDB e por PPB.
Até as 19h43 de ontem, 171 municípios haviam eleito candidatos a prefeito do PT e outros 163 haviam dado vitória ao PPS. Em 1996, foram eleitos 114 prefeitos do PT e apenas 33 do PPS.
O PPS terá pelo menos 2.543 representantes nas câmaras municipais, contra cerca de 490 nas últimas eleições. O PT, mesmo perdendo espaço no ranking para o PPS, também cresceu nos últimos quatro anos: elegeu agora pelo menos 2.421 vereadores, contra cerca de 1.900.
O levantamento divulgado pelo TSE não leva em conta o número de votos recebido por legenda ou candidato nem o tamanho do município. Isso significa que o peso do prefeito de uma cidade com menos de 20 mil eleitores é considerado equivalente ao do prefeito de São Paulo, que tem 7,1 milhões de votantes.
Pelo balanço preliminar da Justiça Eleitoral, o PMDB elegeu 1.242 prefeitos. O PFL foi vitorioso em outras 1.021 cidades, e o PSDB, em 982. O PPB obteve vitória em 617 municípios. Houve eleição em 5.559 municípios.
Em 1996, com 5.507 cidades envolvidas no processo eleitoral, o desempenho desses partidos na votação para prefeito foi o seguinte: PMDB (1.323), PFL (962), PSDB (926) e PPB (633).
Com os votos de 1,2% das urnas ainda não apurados, o PMDB tinha 11.300 vereadores eleitos. O PFL, 9.595, o PSDB, 8.449, e o PPB, 7.028.

Nanicos
Dos 29 partidos registrados, 5 não haviam conseguido eleger nenhum prefeito, segundo o balanço parcial do TSE. São eles: PC do B (que concorre no segundo turno em Fortaleza), PCB, PGT, Prona e PSTU.
Dessas cinco legendas, o PCB teve o pior desempenho nas eleições para Câmaras Municipais: elegeu apenas um vereador, conforme o levantamento parcial.
O PSTU elegeu três, e o PRTB, o partido do ex-presidente Fernando Collor, tem pelo menos 4 prefeitos e 161 vereadores.

Abstenção
Pelo menos 16,218 milhões de pessoas não compareceram anteontem à seção eleitoral, o que corresponde a um índice de abstenção de 14,98%, segundo um levantamento preliminar do TSE.
O presidente do TSE, ministro Néri da Silveira, disse que o tribunal fará um estudo para identificar a razão desse índice elevado. Ele negou que a causa possa ser o inchaço no cadastro de eleitores e descartou a necessidade de recadastramento nacional.
Silveira atribuiu o grande número de ausentes a eventuais problemas localizados, como ocorrência de chuva e dificuldade de acesso à seção eleitoral na área rural, mas disse que o índice normal seria em torno de 3,7%, o registrado em 1986, logo após o último recadastramento.
Em 1998, a abstenção foi ainda maior: 22.798.904. No ano passado, a Justiça Eleitoral promoveu a revisão do eleitorado em 660 municípios e fez uma depuração no cadastro nacional para excluir nomes de pessoas indicadas como mortas pelo banco de dados da Previdência Social. Cerca de 4,5 milhões de nomes foram excluídos.
O presidente do TSE disse ontem que esses dois trabalhos foram suficientes para atualizar a listagem de eleitores e torná-la próxima da realidade.
No levantamento parcial por Estado, o Acre registrou o maior índice de abstenção (20,41%), e o Piauí, o menor (10,81%).
Ainda conforme esse levantamento, Alagoas será o Estado campeão em votos nulos, com índice próximo a 11,8% dos votos.


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