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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Kassab diz que, se for reeleito, manterá tucanos no governo
Prefeito quer atrair eleitorado do PSDB e reduzir receio de que se afastará de Serra
Declarações de Kassab de que não pretende modificar sua equipe contrariam seus aliados PMDB, PR e PV, que pedem cargos na prefeitura
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Disposto a atrair o eleitorado
do PSDB num eventual segundo turno, o prefeito Gilberto
Kassab (DEM) acenou ontem
com a manutenção dos secretários tucanos em seu governo,
caso seja reeleito. O gesto traz
uma tentativa de aplacar a desconfiança de que venha a desvirtuar, num segundo mandato, as diretrizes desenhadas pelo hoje governador José Serra.
Ao responder a um eleitor,
que o questionara exclusivamente sobre a permanência do
secretário Andrea Matarazzo
(Coordenação de Subprefeituras), Kassab disse que não tem
também a intenção de substituir os tucanos nas pastas da
Saúde, Educação e Esportes.
Já na véspera, o prefeito admitira apenas "mudanças rotineiras": "Se a equipe está fazendo um excelente trabalho, não
há por que mudar".
Embora funcione com antídoto contra o assédio dos petistas ao eleitorado do PSDB -hoje em disputa-, o afago de Kassab contraria seus aliados de
palanque: PMDB, PR e PV.
O presidente nacional do PV,
José Luiz Penna, afirma, por
exemplo, que a aliança pressupõe ampliação do espaço do
partido, hoje com uma secretaria e duas subprefeituras.
Segundo ele, o partido ambiciona uma outra subprefeitura
e outra secretaria, como Cultura, Esportes e SPTuris - as
duas últimas ocupadas por tucanos. "São áreas que têm a ver
com o nosso perfil. O espaço vai
depender da nossa performance [eleitoral]", planeja.
O presidente estadual do
PMDB, Orestes Quércia, disse
acreditar em mudanças na estrutura da prefeitura: "Vamos
conversar sobre isso depois".
Já o presidente municipal do
partido, Bebeto Haddad, disse
que esse seria um novo governo: "Quem vai montar é ele [o
prefeito Kassab]. Mas ele não
vai se eleger sozinho".
Presidente da Câmara Municipal, o vereador Antônio Carlos Rodrigues lembra que o
acordo político incluiu a possibilidade de participação no governo. "A coligação é também
para participação no governo.
O PSDB está no coração e no
pulmão da prefeitura. Aí, não
sobra nada", avaliou.
Ontem, após vistoriar as
obras do viaduto Jaraguá, no
extremo norte, Kassab afirmou
que a reedição da aliança
PSDB/DEM "é a solução natural para o segundo turno".
"O PSDB e o Democratas são
aliados na cidade de São Paulo,
governam o Estado juntos, fazem oposição ao governo federal. Mas, diante da impossibilidade de caminharmos juntos
no primeiro turno, agora é natural que caminhemos juntos,
qualquer que seja o candidato
que vá para o segundo turno."
Apostando na participação
de Serra no segundo turno,
Kassab afirmou que as realizações são "de um governo que é
do PSDB e do DEM".
O candidato -que reproduziu passos percorridos por Serra na reta final de 2004, do almoço num restaurante na Freguesia do Ó à missa de Marcelo
Rossi- afirmou que investirá
na comparação com Marta Suplicy num segundo turno.
"A rejeição a qualquer candidato está associada, para aqueles que ocuparam cargos públicos, também a sua atuação no
Executivo", alfinetou.
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