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Petista diz que "indica e desindica" seus ministros "quando quiser"
DA ENVIADA A SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva disse ontem que vai discutir a reforma ministerial com
"um conjunto de companheiros
do próprio governo" e com "aliados políticos", mas só quando e se
for mesmo fazer "as mudanças
que precisam ser feitas".
"Quando eu tiver de pensar em
mudança de ministro, prefiro estar em Brasília, no meu gabinete
ou na minha casa, com um conjunto de companheiros do próprio governo, com aliados políticos, decidindo se vamos ou não
fazer as mudanças que precisam
ser feitas. Por enquanto, não estou precisando fazer isso."
A entrevista foi no Palácio do
Povo, sede do governo de São Tomé e Príncipe, por onde Lula começou ontem sua viagem de sete
dias a cinco países africanos. A
resposta foi a uma pergunta de
jornalistas sobre a comitiva presidencial, que inclui vários ministros citados insistentemente entre
os demissíveis.
"Eu não estou anunciando reforma ministerial. Indiquei os
meus ministros quando quis e
"desindico" quando quiser. Essa
preocupação não é a minha. Os
ministros que estão viajando comigo são meus ministros, vão viajar comigo até o momento em que
eu decidir fazer mudança no ministério", disse.
Eram nove ministros e dois secretários, inclusive Benedita da
Silva (Assistência Social) e Agnelo
Queiroz (Esportes), que tiveram
de devolver dinheiro público gasto de forma mal explicada justamente em viagens internacionais.
Uma parte da pergunta foi sobre a permanência de Benedita e
de Queiroz, e o presidente foi vago: "Só não posso afastar eu e o
José Alencar [vice-presidente]. O
restante todo poderemos afastar,
quando eu tiver de pensar nisso".
Puxão de orelha
Também estava na comitiva o
ministro da Educação, Cristovam
Buarque, que levou um puxão de
orelha do presidente logo depois
da chegada ao país. Ao chegar ao
hotel, onde só tomou um banho,
comentou com repórteres, olhando para os lados em busca do ministro: "Viram que bonito? Todas
as crianças estavam de uniforme.
Aliás, por que o Cristovam está
demorando na licitação?".
Lula queria saber por que a licitação para a compra de kits de 13
peças para 32 milhões de alunos
do país ainda não havia sido feita.
Logo depois, Buarque prometeu a
licitação para "breve".
O presidente havia sido recepcionado por cerca de 2.000 pessoas no aeroporto, inclusive por
crianças -que estavam com uniforme escolar-, apesar de ser feriado de Finados.
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