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São Paulo, segunda-feira, 03 de novembro de 2003

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Petista diz que "indica e desindica" seus ministros "quando quiser"

DA ENVIADA A SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que vai discutir a reforma ministerial com "um conjunto de companheiros do próprio governo" e com "aliados políticos", mas só quando e se for mesmo fazer "as mudanças que precisam ser feitas".
"Quando eu tiver de pensar em mudança de ministro, prefiro estar em Brasília, no meu gabinete ou na minha casa, com um conjunto de companheiros do próprio governo, com aliados políticos, decidindo se vamos ou não fazer as mudanças que precisam ser feitas. Por enquanto, não estou precisando fazer isso."
A entrevista foi no Palácio do Povo, sede do governo de São Tomé e Príncipe, por onde Lula começou ontem sua viagem de sete dias a cinco países africanos. A resposta foi a uma pergunta de jornalistas sobre a comitiva presidencial, que inclui vários ministros citados insistentemente entre os demissíveis.
"Eu não estou anunciando reforma ministerial. Indiquei os meus ministros quando quis e "desindico" quando quiser. Essa preocupação não é a minha. Os ministros que estão viajando comigo são meus ministros, vão viajar comigo até o momento em que eu decidir fazer mudança no ministério", disse.
Eram nove ministros e dois secretários, inclusive Benedita da Silva (Assistência Social) e Agnelo Queiroz (Esportes), que tiveram de devolver dinheiro público gasto de forma mal explicada justamente em viagens internacionais.
Uma parte da pergunta foi sobre a permanência de Benedita e de Queiroz, e o presidente foi vago: "Só não posso afastar eu e o José Alencar [vice-presidente]. O restante todo poderemos afastar, quando eu tiver de pensar nisso".

Puxão de orelha
Também estava na comitiva o ministro da Educação, Cristovam Buarque, que levou um puxão de orelha do presidente logo depois da chegada ao país. Ao chegar ao hotel, onde só tomou um banho, comentou com repórteres, olhando para os lados em busca do ministro: "Viram que bonito? Todas as crianças estavam de uniforme. Aliás, por que o Cristovam está demorando na licitação?".
Lula queria saber por que a licitação para a compra de kits de 13 peças para 32 milhões de alunos do país ainda não havia sido feita. Logo depois, Buarque prometeu a licitação para "breve".
O presidente havia sido recepcionado por cerca de 2.000 pessoas no aeroporto, inclusive por crianças -que estavam com uniforme escolar-, apesar de ser feriado de Finados.



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