São Paulo, sexta-feira, 03 de novembro de 2006

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Painel

@ - Renata Lo Prete

Mesmo receituário

Virou um mico para o governo o compromisso estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamentárias de cortar em 0,1% do PIB no ano que vem as despesas correntes, que englobam gastos com pessoal, custeio e programas sociais. O próprio governo admite que as bondades do ano eleitoral, que terão reflexo em 2007, como o reajuste dos servidores, tornaram a meta inviável. Por isso, a base aliada no Congresso cogita excluir a regra do Orçamento, já que a LDO nem foi aprovada.
A expectativa é que, sem redução nas despesas -que fecharam outubro em 18,5% do PIB -, o arrocho virá, novamente, sobre os investimentos, o que torna ainda mais irreal a discussão sobre a suposta guinada "desenvolvimentista" do segundo mandato.

Foram eles 1. Petistas de outros Estados só se referem ao papelório que os aloprados tentaram comprar como "o dossiê paulista". Já alguns colegas de São Paulo lembram que os primeiros escândalos do partido aconteceram na seção gaúcha (bicheiros).

Foram eles 2. Paulistas observam ainda que Waldomiro era do Rio, e Delúbio, de Goiás. Concluem que o xis da questão ultrapassa fronteiras estaduais: seria a Articulação Sindical, corrente interna com digitais em nove entre dez encrencas no PT.

Correio elegante. Na mensagem de feliz aniversário enviada a Lula, via Itamaraty, o premiê britânico Tony Blair incluiu uma felicitação, escrita a mão, pela reeleição do presidente brasileiro.

Cizânia. A proliferação de candidatos pode atrapalhar o projeto do PFL de obter a presidência do Senado. Além de José Agripino (RN) e Marco Maciel (PE), já se lançaram em campo Efraim Morais (PB) e Edison Lobão (MA).

Em campo. O presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), obteve do colega do PSDB, Tasso Jereissati (CE), em conversa nesta semana, o compromisso de apoiar até o fim o projeto do partido de comandar o Senado.

Porteira. O primeiro deputado eleito pelo PFL a anunciar que deixará a sigla é Laurez Moreira (TO), que apoiou Lula no segundo turno.

A palavra é... "Vitimização" é o termo da vez adotado pelos petistas para se referir à suposta atitude da mídia em relação ao partido e ao governo. Foi usado por Marco Aurélio Garcia em entrevista e ecoado em diversos posts no site do partido ontem.

Escalada. Fernando Ferro (PT-PE) propôs a realização de audiência pública na Câmara sobre o papel da mídia nas eleições. Em discurso, o deputado disse que imprensa "trabalhou meses a fio" para "desmoralizar" Lula.

Correntes. A condenação do sociólogo petista Emir Sader por ter chamado Jorge Bornhausen de "racista" monopolizou os debates dos sites do PT e do PFL ontem. Os dois traziam links para abaixo-assinados contra e a favor da decisão judicial.

Pacote-revés. Assessora especial do presidente Lula, Clara Ant não só enfrentou quase dez horas para voar de Brasília a São Paulo anteontem como teve as malas extraviadas pela companhia aérea.

Se há governo... Orestes Quércia vai sustentar sua campanha para se manter no comando do PMDB paulista apresentando-se como parceiro do governo Lula.

...sou a favor. Já os quatro deputados estaduais do PMDB na próxima legislatura pretendem aderir em bloco ao governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB).

Conexão. Um das primeiras determinações de Yeda Crusius (PSDB) aos auxiliares após ser eleita foi programar a reestruturação da representação do governo do Rio Grande do Sul em Brasília.

Tiroteio

"Esse movimento dos controladores, que tem relação direta com a tragédia do avião da Gol, é fruto do apagão da aviação e da infra-estrutura promovido pelo governo Lula."


Do deputado JOSÉ CARLOS ALELUIA (PFL-BA), líder da oposição na Câmara, a respeito do caos instalado nos principais aeroportos do país devido à operação-padrão dos controladores de vôo.

Contraponto

Vigilante do peso

Pouco antes do início da campanha eleitoral deste ano, o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique (PMDB), foi a Major Gercino, no interior do Estado, inaugurar uma rodovia próxima à cidade.
Após andar por um longo trecho da estrada, prática que adotou durante sua gestão, o peemedebista se dirigiu ao palanque do evento, onde iniciou o discurso:
-Vocês sabem por que nós caminhamos tanto?
-É porque vocês estão gordos!-, gritou, rápido, um homem que acompanhava o evento, causando riso geral.
Nos meses seguintes da disputa pela reeleição, o rechonchudo governador perdeu 12 kg.


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