São Paulo, terça-feira, 03 de novembro de 2009

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Marcha vira desagravo a casal da Igreja Renascer

PM estima público em 1 mi e evangélicos, em 6 mi; apóstolo pede fim de discriminação

Crivella, da Universal, sai em defesa de Estevam e Sonia, presos em 2007 nos EUA, e diz que ato é revogação de "todas as injúrias e calúnias"

DA REDAÇÃO

Em sua primeira participação na Marcha para Jesus após passar dois anos e meio condenado nos Estados Unidos, o casal Estevam e Sonia Hernandes combateu o que chamou de discriminação sofrida pela Igreja Renascer em Cristo, organizadora do evento em São Paulo.
Segundo a Polícia Militar, cerca de 1 milhão de pessoas passaram pelo evento ontem. Pelos cálculos da igreja, a marcha reuniu 6 milhões, número mencionado pelo apóstolo Estevam durante o evento.
O tema deste ano, a 17ª edição da marcha, foi "Marchando para Derrubar Gigantes". "Os maiores gigantes são a discriminação e a incompreensão", afirmou o apóstolo Estevam. Ele negou que os "gigantes" fossem uma referência a TVs e jornais que noticiaram a condenação e prisão do casal nos Estados Unidos em 2007 por contrabando de dinheiro, e têm apontado supostas irregularidades praticadas por líderes religiosos. O casal ainda responde a inquéritos no Brasil.
Durante o dia, várias menções em defesa do casal Hernandes indicavam que fiéis, bispos e pastores aproveitaram a manifestação para demonstrar apoio aos líderes e fundadores da Renascer. O apóstolo afirmou que não via o evento como um ato de desagravo. "Mesmo porque isso não teria motivo de ser", disse.
Em 2007, Estevam e Sonia desembarcaram no aeroporto de Miami com US$ 56 mil escondidos numa Bíblia, num porta CD e em malas. Eles haviam declarado à alfândega portar US$ 10 mil.
O casal foi condenado pela Justiça dos EUA e cumpriu pena de prisão em regimes fechado e aberto. Em agosto deste ano, voltaram ao Brasil, após se declararem culpados para obter redução penal.
Representantes de várias igrejas evangélicas estiveram presentes na marcha que, a partir das 10h, arrastou a multidão entre a avenida Tiradentes e a praça Heróis da FEB (Força Expedicionária Brasileira), onde foi montado o palco.
Músicas cantadas em ritmos variados (rock, reggae, axé, forró e samba) durante todo o percurso trouxeram letras exaltando a vitória sobre o "mal".
Apoiado por políticos evangélicos, como o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) e o deputado federal Bispo Gê (DEM-SP), o apóstolo Estevam disse que não sentiu falta de demais autoridades -o prefeito Gilberto Kassab (DEM) e o governador José Serra não compareceram ao evento. "O que não poderia faltar é esse povo."
Crivella, que é bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, apontou o público presente como uma demonstração de apoio ao casal. "É um ato de revogação de todas as injúrias e calúnias. Quem os conhece sabe que a única riqueza que têm são essas pessoas que estão aqui", disse durante a marcha.
Bispo Gê falou sobre os "excessos nas críticas" feitas pela mídia aos Hernandes durante a prisão. "Houve erros, mas não com má intenção. Graças a Deus, estão aqui", afirmou.


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