DO ENVIADO ESPECIAL

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tentou evitar ao máximo se envolver com as eleições argentinas previstas para 27 de abril do ano que vem, mas o presidente Eduardo Duhalde (Partido Justicialista) o surpreendeu durante a visita.
Ao final do discurso de Lula, ainda nos jardins da Residência de Olivos e à frente dos fotógrafos e cinegrafistas, Duhalde apresentou ao petista o governador de Santa Fé, Carlos Reutmann, o ex-piloto de Fórmula 1 que Duahlde gostaria que fosse seu candidato à sucessão presidencial.
Lula cumprimentou o governador e foi acompanhado por ele até a ala residencial, onde almoçaria. O governador de Buenos Aires, Felipe Solã, estava com eles.
Por mais que tente se manter distante, os caminhos do presidente eleito se cruzam com os pré-candidatos locais. Na semana passada, José Manuel de La Sota, um dos pré-candidatos do Partido Justicialista, reuniu-se em São Paulo com o publicitário Duda Mendonça, o mesmo da campanha petista. Duda já trabalhou, no passado, com o atual presidente argentino.

Menem
O problema de Lula continua a ser o ex-presidente Carlos Menem. As relações entre os dois são ruins, desde que Menem apoiou a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1998, na terceira derrota de Lula em campanhas presidenciais.
No pleito deste ano, por diversas vezes, Lula comparou Menem a Fernando Collor, ao mexicano Carlos Salinas de Gortari e ao peruano Alberto Fujimori. Citava que todos apoiavam Fernando Henrique Cardoso e foram afastados ou acusados de corrupção no governo. "Lula não tem nenhum autoridade moral", disse Menem, segundo lembrou a edição de ontem o jornal argentino "Clarín".
É Menem o candidato mais arredio aos planos que Lula diz ter para o Mercosul. O ex-presidente argentino prefere negociar diretamente com os Estados Unidos algum acordo comercial especial a fortalecer a zona de livre comércio da região.


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