|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Promotores pediram apoio ao PT
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Promotoria criminal de Santo
André pediu diretamente ao chefe-de-gabinete do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, o apoio do PT na investigação sobre o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel (PT). A Promotoria acredita ter reunido provas
do envolvimento do empresário
Sérgio Gomes da Silva na morte
do petista.
O empresário começou a trabalhar como segurança de Daniel
em 1988 e, aos poucos, se transformou num dos melhores amigos do prefeito. Virou seu assessor em 1994, quando Daniel foi
eleito deputado federal. Na noite
em que o prefeito foi sequestrado,
o empresário o acompanhava no
mesmo carro em que estava. Gomes da Silva, por meio de seu advogado, nega qualquer participação na morte de Daniel.
A reunião informal entre o assessor de Lula e os três promotores criminais que apuram o caso,
ocorrida há aproximadamente
três semanas, foi narrada a familiares do prefeito morto.
A Folha apurou que a Promotoria relatou em detalhes a Carvalho
o caminho da apuração, as suspeitas dos familiares, os depoimentos dos presos e o conteúdo
das provas contra o empresário.
Em diversos momentos, repetiram ao assessor de Lula que a investigação não tem cunho político
e é embasada em provas documentais e testemunhais.
Desde agosto do ano passado,
quando o Ministério Público reabriu a investigação da Polícia Civil
-que havia concluído por crime
comum-, o trabalho dos promotores é visto com relutância
por alguns petistas, que associam
o caso ao interesse político em
prejudicar o partido.
Daniel era um importante nome dentro do PT e a administração de Santo André ainda é considerada um modelo de gestão do
Partido dos Trabalhadores.
Colaboração
O encontro, intermediado por
Marilena Nakano, cunhada de
Daniel, foi agendado a pedido do
Ministério Público.
Segundo narrativa de familiares
do prefeito assassinado, Carvalho
escutou a versão dos promotores
em silêncio. Ao final, prometeu
colaboração e informou que iria
repassar os detalhes da história ao
ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e ao advogado e deputado federal Luiz Eduardo
Greenhalgh (PT), que, na época
do crime, acompanhou de perto
as investigações.
O deputado afirmou ter a convicção de que o assassinato do
prefeito foi crime comum.
Procurados pela reportagem, os
promotores criminais de Santo
André informaram que não irão
comentar o assunto, pois a investigação não terminou. A Folha telefonou ontem seis vezes para o
gabinete de Carvalho e foi informada de que o chefe-de-gabinete
estava em reunião.
Texto Anterior: Caso Santo André: Querem matar Daniel pela segunda vez, diz Genoino Próximo Texto: Interesse público: João Paulo afirma que liberará dados Índice
|