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ISENÇÕES
Parlamentares ligados aos setores rural, da saúde e da construção civil protestam contra pontos da medida
Aliados criticam MP das filantrópicas
da Sucursal de Brasília
Líderes aliados ao presidente Fernando
Henrique Cardoso criticaram
o governo pela
proposta que
trata da contribuição previdenciária das entidades filantrópicas e dos trabalhadores rurais. A medida provisória deve ser editada hoje.
Parlamentares ligados aos setores rural, da saúde e da construção
civil protestaram contra pontos da
medida. Irritados, deputados e senadores cobravam dos líderes governistas e do ministro Waldeck
Ornélas (Previdência) mudanças
na medida provisória.
"Madeira, essa foi uma casca de
banana venenosa", gritou ao telefone o deputado Darcísio Perondi
(PMDB-RS), representante das
santas casas, para o líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira
(PSDB-SP).
Pouco antes, Perondi havia entrado no gabinete do líder do PFL
na Câmara, Inocêncio Oliveira
(PE), bastante irritado. Ele estava
acompanhado do deputado José
Linhares (PPB-CE), também representante das Santas Casas. Os
três conversaram com Ornélas por
telefone.
Para Perondi e Linhares, o texto
da medida provisória não deixava
claro que as Santas Casas continuarão isentas do pagamento da
contribuição previdenciária patronal. A MP acaba com a isenção para as entidades filantrópicas que
cobram pelos serviços.
Os líderes e o ministro afirmaram que os deputados estavam
com o texto errado.
²
Votação
Os ruralistas ameaçam esvaziar a
sessão do Congresso de votação da
medida provisória, marcada para a
próxima quarta-feira, caso não sejam revistas as alíquotas de contribuição previdenciária dos produtores rurais.
O governo quer aumentar a alíquota de 2,2% e criar três faixas de
contribuição (3%, 5% e 20%) de
acordo com a área e a comercialização da produção.
"É uma insensibilidade sem tamanho. É melhor mandar fechar
(o setor rural)", protestava o deputado José Múcio Monteiro (PFL-PE). "O governo só vê o lado da
Previdência, mas não vê o lado da
agricultura", disse o deputado
Valdir Colatto (PMDB-SC), integrante da bancada ruralista. Os ruralistas ainda tentariam negociar
mudanças na medida.
Para os aliados, o governo começou a discutir a MP num momento
inadequado. "Misturar uma coisa
com a outra não foi bom", disse o
líder do PFL na Câmara, Inocêncio
Oliveira (PE).
Até o deputado Jair Bolsonaro
(PPB-RJ), porta-voz dos interesses
dos militares no Congresso, pegou
carona no protesto.
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