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AVALIAÇÃO
Pesquisa aponta queda de 43% para 37% nos índices de "ótimo/bom" do governo após a crise das Bolsas
Aprovação a FHC cai 6 pontos em 3 meses
CLÓVIS ROSSI
do Conselho Editorial
Em três meses, de setembro
a dezembro de
97, a classificação "ótimo/bom"para o
governo Fernando Henrique Cardoso caiu seis pontos percentuais, para situar-se no terceiro
pior momento desde a posse.
Pesquisa do Datafolha feita entre
15 e 17 de dezembro passados mostra que, agora, apenas 37% dos
brasileiros consideram o governo
"ótimo/bom", contra 43% em 16
de setembro.
Parece evidente que os efeitos da
crise asiática sobre a economia
brasileira foram determinantes
para o resultado (a duplicação da
taxa de juros, a mais dura resposta
do governo à crise, ocorreu no final de outubro).
Fernando Henrique só tivera
avaliação pior em dois momentos
anteriores: um mês após a posse
(exatamente no dia 27 de janeiro
de 95), quando 36% consideravam
"ótimo/bom" o governo, e em junho de 96 (um ano e meio de gestão), quando eram apenas 30% os
que aplicavam o melhor rótulo ao
seu mandato.
O mau resultado relativo fica
evidente quando se nota que mudou apenas dentro da margem de
erro a porcentagem dos que consideram o governo "regular" (40%
agora contra 41% em setembro).
Houve, portanto, uma migração
direta de "ótimo/bom" para
"ruim/péssimo", conceito que,
nesses três meses, pulou de 15%
para 20%.
A pesquisa de dezembro é a que
registra o segundo maior número
de "ruim/péssimo" para FHC, inferior apenas aos 25% de junho de
1996, na esteira do massacre de Eldorado do Carajás e da má repercussão inicial do Proer (o programa de ajuda aos bancos).
A nota do presidente, como era
inevitável, caiu na mesma proporção da queda geral na avaliação do
governo: fica agora em 5,9, contra
6,2 no levantamento anterior.
De novo, é a nota mais baixa de
FHC desde o início do governo,
com exceção dos 5,4 obtidos em
junho de 1996.
A pesquisa mostra que há um casamento perfeito entre o prestígio
do presidente e o do Plano Real:
37% acham o plano "ótimo/bom", idêntico número dos
que atribuem a mesma qualificação para o governo FHC.
A queda no prestígio do presidente não é uniforme: foi maior,
por exemplo, nas regiões metropolitanas, nas quais há até um empate estatístico entre "ótimo/bom"(30%) e "ruim/péssimo" (26%).
A pesquisa admite uma margem
de erro de dois pontos percentuais
para mais ou para menos em cada
item avaliado.
No interior dos Estados, ao contrário, a incidência de "ótimo/bom" supera a de "ruim/péssimo" por 41% a 17%.
A maior queda de FHC ocorreu
entre os que se dizem simpatizantes do PFL, o principal partido da
base governista. Foi de 12 pontos
percentuais.
Em consequência, o melhor índice do presidente ocorre agora
entre simpatizantes do seu próprio
partido, o PSDB, com 55% (contra
49% entre pefelistas).
Estados
Por Estados, o campeão do "fernando-henriquismo" é Goiás:
48% consideram seu governo
"ótimo" ou "bom", contra apenas 13% que o avaliaram como
"ruim/péssimo", uma diferença
de 35 pontos percentuais.
Em São Paulo, onde FHC construiu sua carreira política, o índice
de "ótimo/bom" fica em 40%, e o
de "ruim/péssimo", em 22%.
O único Estado, entre os 12 pesquisados, em que o "ruim/péssimo" supera o "ótimo/bom" é o
Rio Grande do Sul (29% a 27%).
Não por acaso, o Estado vem
sendo um bastião do PT, principal
partido de oposição.
No Rio de Janeiro, há empate entre aprovação e rejeição (28%).
Outro empate estatístico ocorre
entre eleitores com grau superior
de educação: FHC é considerado
"ótimo/bom" por 31% dos entrevistados, mas é tido como
"ruim/péssimo" por 28%, dentro,
portanto, da margem de erro.
Quando a pesquisa avalia o prestígio do presidente conforme o nível de renda dos pesquisados, são
os mais ricos (mais de 20 salários
mínimos de renda familiar) os que
estão mais satisfeitos com o governo (43% de "ótimo/bom" para
18% de "ruim/péssimo").
Nas duas outras faixas de renda,
a diferença entre "ótimo/bom" e
"ruim/péssimo" cai para 16 pontos (entre os que ganham até 10
mínimos) ou 17 pontos (entre 10 e
20 mínimos).
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