São Paulo, sábado, 04 de janeiro de 2003

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Lula pede a Tebet que cumpra acordo com PT

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou ontem uma audiência com o presidente do Congresso, Ramez Tebet (PMDB-MS), para cobrar o cumprimento do acordo entre PT e PMDB para as eleições das Mesas do Senado e da Câmara, que devem ocorrer em fevereiro.
Pelo acordo, firmado logo após as eleições de outubro, as duas siglas se comprometeram a apoiar os nomes que forem indicados pelas bancadas majoritárias. Na Câmara, é o PT, com 91 deputados, e no Senado, o PMDB, que soma 20 senadores.
Lula recebeu Tebet ontem à tarde para agradecer a "posse bacana", segundo relatou mais tarde o presidente do Senado.
De acordo com Tebet, Lula não especificou quando enviará projetos de reforma ao Congresso. Disse apenas que será em 2003. "Ele não me falou de cronologia e não disse se a primeira vai ser a tributária ou a previdenciária", afirmou o senador.
Ao receber Tebet, Lula perguntou diretamente sobre a unidade do PMDB, pois espera contar com os votos do partido para aprovar os projetos do governo no Congresso. "Ele torce pela unidade e pelo apoio", disse Tebet, que se comprometeu com Lula a trabalhar pelo apoio peemedebista.
A divisão do PMDB é o que deixa preocupado o PT em relação às eleições para as Mesas do Congresso. Na Câmara, a sigla já definiu que indicará o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) para a presidência e conta com os votos peemedebistas para elegê-lo.
O problema é que o comando do PMDB, para dar a contrapartida na Câmara, exige que o novo governo não interfira na disputa do Senado para favorecer o senador José Sarney (AP). Sem a interferência direta ou indireta de Lula, a cúpula acredita que a bancada indicará o nome do senador Renan Calheiros (AL).
Renan diz ter obtido as assinaturas de 15 dos 20 senadores do PMDB em um manifesto de apoio à sua candidatura. Por mais que o governo procure demonstrar que não está interferindo, Sarney conta com a simpatia explícita da maioria dos senadores do PT.


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