São Paulo, domingo, 04 de janeiro de 2004

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PAINEL

Sala VIP
A primeira reunião ministerial do ano se dará em duas etapas. Na terça, dia 6, Lula definirá as prioridades do governo em 2004 com José Dirceu, Antonio Palocci, Luiz Gushiken e Luiz Dulci. Na semana seguinte, conversará com o restante do gabinete.

Show de calouros
O presidente pretende nomear seus novos ministros até o final desta semana. Quer riscar da agenda o arrastado tema da reforma da Esplanada. Os novatos já deverão participar da reunião ministerial na semana seguinte.

Cubo mágico 1
De certo, a reforma terá a entrega das pastas das Comunicações e das Cidades ao PMDB -a primeira para o deputado cearense Eunício Oliveira.

Cubo mágico 2
De provável, há a substituição de Roberto Amaral por Eduardo Campos, do PSB como o atual ministro, na Ciência e Tecnologia. E Anderson Adauto ainda pode cair dos Transportes.

Miragem
Impedido de tirar folga prolongada no Natal ou no Ano Novo, Lula planeja agora passar alguns dias na praia no Carnaval. Três petistas com casas no litoral do Nordeste já as colocaram à disposição do presidente.

Equipe de vendas
Os ministros Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), Roberto Rodrigues (Agricultura) e Celso Amorim (Relações Exteriores) embarcam no final do mês para Moscou. Pretendem fechar acordo para aumentar a exportação de alimentos, principalmente carnes, para a Rússia.

Casas separadas
O clã Sarney anda descontente com o desempenho de José Reynaldo Tavares, que estaria administrando o Maranhão com excessiva "independência". No Estado, aposta-se que o pefelista não terá o apoio da família para uma eventual reeleição.

Fim de novela 1
O governador Ronaldo Lessa (PSB) renegociou dívida de R$ 450 milhões dos principais usineiros de Alagoas com o Estado. Pelo acordo, o valor será pago em 180 meses. A primeira parcela, de R$ 2,4 milhões, foi depositada no dia 30 de dezembro.

Fim de novela 2
A dívida dos usineiros com Alagoas vem de 1988, quando o então governador Fernando Collor isentou-os do ICMS. Desde 1995, o Estado tenta reverter a decisão. Com o acordo, os usineiros reconhecem a dívida e abrem mão de novos recursos.

Riqueza marinha
Presidente do BID, Enrique Iglesias esteve na semana passada em Maceió para assinar acordo que destina US$ 120 mil ao cultivo de ostras e algas comestíveis no litoral de Alagoas.

Efeito locomotiva
Bem instalado no Ministério do Trabalho, Jaques Wagner sofre pressão do PT baiano para disputar a Prefeitura de Camaçari. A cúpula estadual petista avalia que, além de se eleger, ele alavancaria outras candidaturas do partido na Grande Salvador.

Auxílio evangélico
Líderes políticos da Igreja Universal do Reino de Deus avisaram ao Planalto que não apoiarão o radialista Raimundo Varela (PTC), à frente nas pesquisas sobre a sucessão em Salvador. Dizem preferir o pré-candidato do PT, Nelson Pellegrino.

Liberdade resgatada
Força-tarefa do Ministério do Trabalho, Polícia Federal e Ministério Público conseguiu libertar, ao longo do ano passado, 4.256 trabalhadores submetidos a regime de escravidão no país. O saldo foi conseguido em 136 fiscalizações, com 223 presos.

TIROTEIO


De Marcelo Crivella (PL-RJ), sobre o fato de César Maia considerá-lo o melhor adversário em um eventual segundo turno para a Prefeitura do Rio, pois o senador, que é bispo evengélico, teria "teto" menos flexível que o de outros candidatos:
-É uma honra ser considerado um bom adversário pelo prefeito, ainda que a premissa dele não me pareça correta. Há cerca de 700 mil evangélicos na cidade do Rio de Janeiro, e lá tive 1,2 milhão de votos para senador.

CONTRAPONTO

Segunda época

No período em que circulavam com mais insistência especulações sobre sua possível substituição na reforma ministerial, Cristovam Buarque teve um encontro de trabalho com Lula no Palácio do Planalto.
Acomodado no gabinete presidencial, o ministro da Educação abriu uma pasta e dela retirou uma série de folhetos que imitavam capas de jornal.
-Presidente, temos que gerar boas notícias na educação.
E começou a apresentar os papéis. No primeiro se lia a manchete: "Toda criança na escola". O seguinte destacava: "Não há mais analfabetos no país". Depois, uma promessa: "Universidade de qualidade para todos".
Lula ouviu tudo e examinou os folhetos com atenção. Quando o ministro guardou o material, o presidente o desarmou:
-Cristovam, a eleição é em 2006. Isso é promessa de campanha, não ação de governo.



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