|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Batalha de números abre ano eleitoral
Petistas e tucanos montam dossiês com dados, listam suas realizações e trocam farpas sobre verbas federais e estaduais
Investimentos nas áreas de
saneamento e de habitação
devem permear início dos
debates pré-eleitorais entre
Dilma Rousseff e José Serra
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mesmo antes do início oficial
da campanha, os governos federal e paulista e os aliados da
ministra Dilma Rousseff (Casa
Civil) e de José Serra já preparam levantamentos para a
guerra de realizações.
Serra deve priorizar pesquisas de satisfação com programas do governo paulista, como
as AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) ou Poupatempo (rede de serviços).
Na conta de obras do governo
federal estarão investimentos
em habitação e saneamento.
Pelas estimativas do Executivo,
as duas áreas deverão beneficiar diretamente ao menos 1,5
milhão de famílias.
O Palácio dos Bandeirantes,
por sua vez, dirá que o programa Onda Limpa, de ampliação
de coleta de esgoto na Baixada
Santista e no litoral norte paulista, "é uma das maiores iniciativas de saneamento do país".
Segundo o governo paulista,
o índice de coleta de esgoto passará de 35% para 70% em Caraguatatuba, de 44% para 46%
em São Sebastião, de 28% para
36% em Ubatuba e de 4% para
36% em Ilhabela, todos eles
municípios do litoral norte.
"A diferença é que o governo
Serra tem grande capacidade
de executar as verbas em obras
de interesse da população e não
em aumento de cargos", afirma
o secretário-geral do PSDB
paulista, Cesar Gontijo.
"O governo Serra está sendo
beneficiado por recursos federais. Ele se apropria da política
de expansão do presidente Lula, mas, ainda assim, é incapaz
de usar todo o dinheiro destinado a São Paulo. Há verbas paradas na Sabesp [companhia de
saneamento] e para a canalização do córrego Pirajussara [na
capital]", diz o deputado federal Carlos Zaratini (PT-SP).
Só o começo
Em outubro, quando liderou
uma caravana de ministros e
técnicos para visitar as obras da
transposição do São Francisco,
o presidente Lula deixou claro
que a fase de inauguração de
obras estava só começando.
A oposição criticou a viagem,
acusando o governo de fazer
campanha antecipada.
"Agora desgraçou tudo. Agora os homens estão ficando
nervosos porque estamos inaugurando obras. É a primeira vez
na vida que eu vejo alguém ficar
nervoso porque se inaugura
obra. Quando eu fazia oposição,
eu ficava nervoso porque não
tinha obra, não tinha nada (...)
Só peço calma porque nós ainda nem começamos a inaugurar o que nós temos que inaugurar neste país", disse, na época, o presidente.
Já o governador de São Paulo, José Serra, tornou-se o único pré-candidato do PSDB à
Presidência, após a desistência,
em dezembro, do colega de partido e governador de Minas Gerais, Aécio Neves, de disputar a
indicação da sigla.
Dizendo ter "nervos de aço
na política", Serra passou 2009
afirmando que era "muito cedo" para discutir a sucessão
presidencial. A estratégia do
governador é postergar o anúncio oficial de sua candidatura,
mas aliados articulam a campanha do tucano e prometem festas em inaugurações.
(FERNANDO BARROS DE MELLO, SIMONE IGLESIAS E
JOSÉ ALBERTO BOMBIG)
Texto Anterior: Vitrine de Dilma Próximo Texto: Frases Índice
|