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CRIME ORGANIZADO
Martins é investigado
Receita vai auditar
contas de deputado
da Sucursal de Brasília
da Sucursal do Rio
A CPI do Narcotráfico vai pedir
à Receita Federal que faça uma
auditoria nas contas do deputado
Wanderley Martins (PDT-RJ),
membro da CPI, para analisar a
compatibilidade dos seus vencimentos com o seu patrimônio e a
sua movimentação bancária.
Segundo inquérito da Polícia
Federal, de 1990 a 1995, ele apresentou movimentação bancária
superior em até 1.138% em relação aos salários recebidos em cada ano como delegado da PF.
O deputado é acusado de envolvimento com o crime organizado
no Rio e está sendo investigado
por uma subcomissão da CPI.
"Ele terá de provar à Receita a origem da movimentação", disse o
deputado Paulo Baltazar (PSB-RJ), integrante da subcomissão.
Martins está sendo investigado
pela própria CPI e pelo Ministério
Público Federal por suposto envolvimento com o libanês Elias
Kanaan -por tráfico de armas e
estelionato- e com o traficante
de drogas Walter Gomes de Carvalho Filho, o Waltinho.
"Estou convencido de que não
há ilicitude do ponto de vista do
narcotráfico nessas duas denúncias", disse Baltazar. Martins nega todas as acusações.
A subcomissão ouviu ontem o
delegado aposentado da PF Onézimo Souza, que coordenou por
11 meses investigações do crime
organizado no Rio de Janeiro em
1995. Ele participou dos inquéritos de Kanaan.
O delegado disse à subcomissão
que há um depósito na conta do
deputado feito por Kanaan em
1992, equivalente a cerca de US$
2,6 mil. Martins afirmou que o
depósito corresponde à troca de
dólares feita por Kanaan.
O delegado revelou também ligações de Kanaan com Nasser
Mustapha Byhond, morto em
1995. Segundo Onézimo, os dois
eram sócios na empresa Spark International Corporation, que
vendia armas ilegalmente.
No Rio
Alessandra da Costa, irmã do
traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, disse ontem à Justiça que apenas "cedeu" seu nome para que o irmão
abrisse uma fábrica de gelo com o
dinheiro dele, mas que não sabia
que ele era traficante.
A informação sobre o depoimento de Alessandra, secreto, foi
divulgada pelo advogado dela,
Wanderley Rebello Filho.
Presa há duas semanas, Alessandra está sendo processada como integrante da quadrilha de
Beira-Mar justamente por servir
de "laranja", ou seja, ceder o nome ao irmão para o negócio da fábrica de gelo, um dos pontos de
lavagem do dinheiro do tráfico.
Beira-Mar é alvo das investigações da CPI também.
Para o Ministério Público, porém, Alessandra sabia que a fábrica era usada para lavar dinheiro.
O advogado deu outra versão.
Disse que sua cliente pensou em ir
trabalhar na fábrica, mas não chegou a fazê-lo.
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