São Paulo, terça-feira, 04 de fevereiro de 2003 |
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FORÇAS ARMADAS Presidente diz que é preciso paciência enquanto verbas não vêm Lula pede "sacrifício" a militares
FÁBIO ZANINI DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Em discurso aos comandantes das Forças Armadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ontem à sociedade brasileira que faça um "sacrifício" momentâneo, em nome do equilíbrio nas contas públicas. Aos militares, o presidente fez um apelo por paciência e compreensão, afirmando que o reaparelhamento das Forças Armadas, antiga reivindicação, está apenas "adiado temporariamente". "Vivemos uma época de contenção orçamentária. Devemos sacrificar-nos para buscar o equilíbrio das contas públicas e temos grande urgência em combater a miséria e a exclusão social", afirmou Lula no Quartel-General do Exército, após ser condecorado como Grão-Mestre da Ordem do Mérito Militar, maior distinção honorífica da corporação. Vestindo um terno verde escuro, de tom semelhante às fardas dos militares presentes, Lula fez referências veladas a uma de suas primeiras decisões de governo, a de suspender a aquisição de caças da Força Aérea Brasileira. "O fato de uma prioridade demandar, em determinado momento, a atenção mais próxima do governo em nada compromete a importância que outros objetivos detêm, como é o caso do reaparelhamento e do reforço dos meios de defesa. Vamos enfrentar cada desafio a seu tempo e não deixaremos de enfrentá-los um a um", discursou Lula. A decisão de abrir mão neste ano de um financiamento externo de cerca de US$ 1 bilhão para a compra de 12 caças, com o argumento de que o dinheiro deveria ser gasto no combate à fome, provocou descontentamento entre os militares. Em outro trecho, em nova referência ao caso, Lula afirmou que "podemos adiar temporariamente, mas não postergar indefinidamente o reaparelhamento das nossas Forças Armadas". Ao lado de Lula, estavam o vice-presidente José Alencar e o ministro da Defesa, José Viegas Filho, agraciados com a condecoração. Também acompanharam o discurso os comandantes Francisco Albuquerque (Exército), Roberto Carvalho (Marinha) e Luiz Carlos Bueno (Aeronáutica), além de uma platéia de cerca de 50 altos oficiais. Estavam ainda a maioria dos ministros, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello. Lula saudou, logo no começo de seu discurso, o respeito dos militares ao processo democrático. Texto Anterior: Saiba mais: PT era contra mudar prazos no Congresso Próximo Texto: Presidente quer fim da "distância" com os civis Índice |
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