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Após uma semana, polícia ainda não tem suspeitos
ENVIADO ESPECIAL A UNAÍ (MG)
Uma semana depois da morte
de três fiscais do trabalho e de um
motorista, a força-tarefa, criada
pelos governos federal e estadual,
já ouviu 17 testemunhas, percorreu fazendas em busca de pistas,
mas ainda não tem suspeitos.
São cerca de 200 investigadores.
Participam as polícias Federal, Civil e Militar de Minas e o Ministério Público Federal e Estadual.
Ainda não se sabe, por exemplo,
como ocorreu exatamente o crime, pois a perícia não concluiu
laudos do veículo dos auditores e
do projétil encontrado no local.
A principal pista ainda era, até
ontem, o relato de Ailton Pereira
de Oliveira, o motorista dos fiscais, que antes de morrer, contou
o que viu. Não há certeza sobre o
número de assassinos. O motorista diz terem sido dois, mas exames preliminares mostram que
ou houve três ou um dos dois criminosos teria duas armas.
Um lavrador que mora a cerca
de 300 m do local do crime contou
ter visto uma Fiat Strada e um caminhão Mercedez-Benz azul. Oliveira só mencionou o Strada.
Não há certeza nem sequer sobre o motivo. Como os assassinos
anunciaram assalto, a hipótese
não foi descartada embora a PF
não dê credibilidade, pois só foram levados os celulares das vítimas. Um dos motivos mais plausíveis é a vingança de fazendeiros
prejudicados pela ação dos fiscais.
A região é grande produtora de
feijão, milho, arroz e soja e recebe
quase 12 mil trabalhadores para a
colheita -a maioria aliciados por
intermediários, os "gatos".
A PF investiga nove "gatos" indiciados em 2000 por ameaças a
auditores fiscais. Devido ao modo
do crime (tiros nas cabeças das vítimas), as investigações foram
ampliadas para o Pará, onde há
casos semelhantes e fazendeiros
de Unaí também possuem terras.
(IURI DANTAS)
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