São Paulo, quarta-feira, 04 de fevereiro de 2004

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Após uma semana, polícia ainda não tem suspeitos

ENVIADO ESPECIAL A UNAÍ (MG)

Uma semana depois da morte de três fiscais do trabalho e de um motorista, a força-tarefa, criada pelos governos federal e estadual, já ouviu 17 testemunhas, percorreu fazendas em busca de pistas, mas ainda não tem suspeitos.
São cerca de 200 investigadores. Participam as polícias Federal, Civil e Militar de Minas e o Ministério Público Federal e Estadual. Ainda não se sabe, por exemplo, como ocorreu exatamente o crime, pois a perícia não concluiu laudos do veículo dos auditores e do projétil encontrado no local.
A principal pista ainda era, até ontem, o relato de Ailton Pereira de Oliveira, o motorista dos fiscais, que antes de morrer, contou o que viu. Não há certeza sobre o número de assassinos. O motorista diz terem sido dois, mas exames preliminares mostram que ou houve três ou um dos dois criminosos teria duas armas.
Um lavrador que mora a cerca de 300 m do local do crime contou ter visto uma Fiat Strada e um caminhão Mercedez-Benz azul. Oliveira só mencionou o Strada.
Não há certeza nem sequer sobre o motivo. Como os assassinos anunciaram assalto, a hipótese não foi descartada embora a PF não dê credibilidade, pois só foram levados os celulares das vítimas. Um dos motivos mais plausíveis é a vingança de fazendeiros prejudicados pela ação dos fiscais. A região é grande produtora de feijão, milho, arroz e soja e recebe quase 12 mil trabalhadores para a colheita -a maioria aliciados por intermediários, os "gatos".
A PF investiga nove "gatos" indiciados em 2000 por ameaças a auditores fiscais. Devido ao modo do crime (tiros nas cabeças das vítimas), as investigações foram ampliadas para o Pará, onde há casos semelhantes e fazendeiros de Unaí também possuem terras. (IURI DANTAS)


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