São Paulo, quinta-feira, 04 de março de 2004

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PAINEL

Mais pólvora
Não bastasse a perspectiva de CPI dos bingos, a da Parmalat, já criada, ameaça tornar-se explosiva. Juiz de São Paulo em contato com parlamentares da comissão teria relatório sobre doações da empresa a partidos políticos e sobre suposto pagamento de propina a fiscais do governo.

Chamada oral
A bancada do PT na Câmara decidiu chamar o ministro Antonio Palocci para explicar a retração do PIB em 2003 e que medidas o governo pretende adotar para que o resultado negativo não se repita neste ano.

Fora do rebanho
Depois do Bispo Rodrigues, a Universal deve afastar de suas fileiras outros dois deputados: Bispo Vanderval (SP) e Paulo Gouveia (RS). Eles teriam adotado "práticas incompatíveis com os princípios da igreja".

Comigo não
De José Sarney para repórter que lhe perguntou se concorreria à presidência do PMDB: "Eu não, não fiz nada de errado".

Solução de compromisso
O acordo para reeleger Michel Temer presidente do PMDB no próximo dia 14 prevê a abertura de vagas para senadores da sigla no diretório nacional. Mantém-se, assim, o poder de José Sarney e de Renan Calheiros, evitando novo racha na legenda.

Outra história
José Agripino (RN) foi reconduzido por unanimidade à liderança do PFL no Senado. A intenção da cúpula partidária é fazer o mesmo na Câmara com José Carlos Aleluia (BA), mas o grupo de ACM decidiu lançar Pauderney Avelino (AM).

Veja bem
Germano Rigotto (PMDB-RS) baixou o tom do enfrentamento com Brasília. Ainda tenta mudar o cálculo de pagamento da dívida com a União, mas descarta calote para que o Estado não tenha seus repasses bloqueados.

Coldre fechado
A Polícia Federal decidiu entrar em greve a partir do dia 9. A categoria alega que o governo não cumpriu termos do acordo firmado para encerrar a paralisação de novembro de 2003, como a equiparação de salários às carreiras de nível superior.

Senso de oportunidade
Responsável pela fiscalização do fechamento dos bingos, a PF avalia que atravessa momento favorável para pressionar o governo por aumento. Policiais insinuam que, com a paralisação, será mais difícil para o governo manter o jogo proibido.

Nada feito
Segundo o Ministério da Justiça, hoje haverá nova reunião para discutir as exigências da PF. A pasta adianta, no entanto, que o pedido de equiparação salarial não será atendido pelo governo.

Controle remoto
Em reunião com apenas dois diretores, o presidente da Agência Nacional de Saúde, Fausto Pereira dos Santos, aprovou a mudança de seu cargo do Rio de Janeiro para Brasília. Toda a estrutura da ANS continuará a funcionar na capital fluminense.

Ajuda local
O governador Ronaldo Lessa (PSB) conseguiu um manifesto de apoio de quase todos os partidos de Alagoas, com exceção de PRTB e PFL, contra sua cassação no processo movido pelo ex-presidente Fernando Collor.

Revoada eleitoral
Está marcado para 29 de março, em Fortaleza (CE), o primeiro encontro de 2004 entre governadores tucanos. Vão debater a hipótese de "federalização" das eleições municipais -leia-se, maneiras de tirar proveito do caso Waldomiro Diniz.

TIROTEIO

Do prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), em resposta ao deputado Professor Luizinho (PT-SP), que reagiu ao Datafolha sobre o caso Waldomiro Diniz dizendo que "o governo não se pauta por pesquisas":
-Realmente o governo Lula não se pauta por pesquisas... quando não lhe são favoráveis. Mas chora nos bastidores, como vi ontem em Brasília. Os magros 33% de "ótimo/bom" entre os que estão cientes do caso Waldomiro eram amargados pelos corredores do Congresso.

CONTRAPONTO

Contra os vermelhos

Flamenguista e gremista, o general Emílio Garrastazu Médici, presidente do Brasil entre 1969 e 1974, adorava futebol. Uma noite, já no Alvorada, perguntou a seu assessor Carlos Fehlberg se a TV transmitiria algum jogo:
-Estou muito cansado. Preciso relaxar- justificou.
Não haveria futebol naquela noite. Mas, pelos jornais, Fehlberg descobriu uma partida de basquete feminino entre as seleções de Brasil e Cuba.
Ligou para uma retransmissora e pediu que usasse imagens da TV Gazeta de São Paulo. Disse que o presidente tinha "particular interesse no jogo por envolver um país comunista".
A partida foi emocionante. O Brasil venceu por um ponto, de virada, no último segundo.
No dia seguinte, Médici chamou Fehlberg para reclamar:
-Nunca mais me arrume jogo de basquete para ver. Passo menos nervoso com o futebol.


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