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Para Azeredo, juros são responsáveis por rombo
FÁBIA PRATES
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O governador de Minas Gerais,
Eduardo Azeredo (PSDB), disse
ontem que a visão do governo federal é "equivocada" quando
aponta Estados e municípios como responsáveis pelo aumento do
déficit público.
No ano passado, as despesas de
Minas superaram as receitas em
mais de R$ 700 milhões. Azeredo
acredita que a rolagem da dívida
do Estado (R$ 15 bilhões) vai ajudar Minas a equilibrar suas contas
a partir deste ano. Leia os principais trechos da entrevista concedida à Agência Folha.
Agência Folha - As contas públicas apresentaram déficit em 97. O
governo federal aponta Estados e
municípios como os principais responsáveis pelo mau desempenho.
O que o senhor acha disso?
Eduardo Azeredo - É uma visão
muito equivocada querer debitar a
Estados e municípios a responsabilidade pelo déficit. Os juros altos
são os principais responsáveis pelo
déficit. O governo federal tem
mantido os juros altos como uma
política de defesa da moeda, mas
então que se diga com clareza, ou
que se admita que é o juro alto o
principal responsável pelo déficit.
Agência Folha - O governo federal está se eximindo?
Azeredo - Eu não estou dizendo
isso. Não concordo com essa colocação que os principais responsáveis sejam Estados e municípios.
Não se trata de colocar culpados,
mas de clarear as coisas. E realmente o governo federal teve a seu
favor no ano passado a renovação
do FEF, a CPMF (Contribuição
Provisória sobre Movimentação
Financeira) e a própria Lei Kandir,
enquanto os Estados tiveram exatamente reduções de receita oriundas do FEF e da Lei Kandir.
Agência Folha - Qual a estimativa de déficit para 98?
Azeredo - Nós assinamos contrato com o governo federal para
ter um programa de redução de
déficit e dos gastos e de aumento
de arrecadação do Estado, que tem
alguns pressupostos. Um deles é
que as reformas sejam aprovadas.
Então, o que retardou o equilíbrio dos Estados foi a não-aprovação das reformas, o aumento das
taxas de juros e perdas de receita
proporcionadas pela Lei Kandir e
pelo FEF. Esses itens foram fortes
indutores de não termos conseguido zerar o déficit em 97. Para este
ano, nós já temos um planejamento para poder chegar a um equilíbrio entre receita e despesa.
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