São Paulo, quarta, 4 de março de 1998

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NO AR
Rito sumário

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Seguindo o vitorioso modelo da reação ao escândalo da compra de votos, os antigos colegas formam um cordão de isolamento, às pressas, em torno de Sérgio Naya.
O deputado é malufista e integra a base de FHC. O código da reação é "rito sumário".
Começou com ACM, que exigiu anteontem a cassação sumária. (ACM foi quem expulsou, sumariamente, os pefelistas do escândalo da compra de votos.)
E a legenda malufista faz reunião hoje, por ordem de Paulo Maluf, para expulsar Naya em "rito sumário", segundo a Globo.
E o presidente da Câmara dos Deputados, governista, abriu o processo de cassação também em "rito sumário", segundo a Record de Boris Casoy.
Aliás, o vice-líder do governo na Câmara, que foi flagrado prestando solidariedade a Naya, convocou as câmeras ontem para dizer que está arrependido.
O próprio FHC estaria "indignado" com Naya, segundo a Globo News, citando o porta-voz do presidente.
Não apenas indignado. Ele também fez questão de pedir abertura de linha de crédito da Caixa Econômica Federal para as famílias que moravam no Palace 2.
A mesma Caixa, curiosamente, que teria concedido empréstimos a Sérgio Naya, quando ele já era devedor do governo federal.

A guerra civil do PMDB chegou à televisão.
Em comerciais que chamam para a convenção que vai decidir por candidatura própria ou não, os antigovernistas denunciam à solta:
- Não creio que os convencionais proclamem à nação que perdemos a audácia e ganhamos em esperteza, para proveito de poucos e em prejuízo do povo.


E-mail: nelsonsa@uol.com.br



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