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Ciro xinga Sérgio Naya e critica FHC
FERNANDO RODRIGUES
da Sucursal de Brasília
O pré-candidato do PPS à Presidência da República, Ciro Gomes,
relatou ontem que chegou a xingar o deputado federal Sérgio Naya (PPB-MG) durante uma entrevista de rádio, anteontem, em
Goiânia.
"Isso não é um deputado. Isso é
um vagabundo. Vamos chamar
pelo nome: é um filho da puta",
disse Ciro Gomes à rádio Universitária, segundo seu próprio relato
durante um almoço com jornalistas em Brasília.
Em seguida à agressão verbal,
Ciro disse ter pedido desculpas
aos ouvintes da rádio. Afirmou
que estava comovido com o desabamento do edifício Palace 2, feito
pela construtora de Naya no Rio.
"Por favor, escrevam que quando eu for presidente não falarei essas coisas. Mas enquanto for candidato, quero gastar o restinho de
emoção que posso", disse o
pré-candidato ontem.
O candidato do PPS analisou, a
pedido dos jornalistas, o caso envolvendo o deputado Sérgio Naya.
Na avaliação de Ciro, parlamentares como Naya proliferariam no
Congresso por culpa exclusiva do
Poder Executivo.
"Quem é fisiológico é o professor Cardoso", disse. "Professor
Cardoso" é a forma como Ciro se
refere ao presidente Fernando
Henrique Cardoso. E completou:
"Fisiologia é assunto do Executivo. Não do Congresso Nacional.
Quem dá a baliza é o Executivo".
Sempre com cuidado para não
gerar alguma ação judicial contra
si -'"estou cansado de processos"-, Ciro citou reportagens
que leu em jornais e mencionou
supostos privilégios recebidos por
Naya do Banco do Brasil a mando
de FHC.
O candidato do PPS acha que
FHC não quis terminar com a fisiologia. "Instalou-se a cultura da
chantagem. Ele (FHC) fez discursos mil esculhambando Sarney, e
agora faz pior."
Ciro exime de responsabilidade
os órgãos envolvidos em oferta de
favores a deputados.
Indagado sobre a atuação de
FHC no aliciamento de votos a seu
favor na Convenção Nacional do
PMDB, Ciro apenas sugeriu uma
"devassa no DNER", em referência ao órgão sob a esfera do ministro Eliseu Padilha (Transportes),
peemedebista que apóia FHC.
Ciro também relembrou a frase
recente de FHC sobre a falta de
"vergonha na cara" dos políticos
do Nordeste. "'Foi um arroto dos
preconceitos do aristocrata paulista. É uma contradição insuportável. A escória da elite política
nordestina está com ele (FHC) e
sendo por ele prestigiada."
A assessoria de FHC afirmou
que o presidente não iria comentar as afirmações de Ciro.
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