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EXECUTIVO
"Vamos bater mais bumbo, fazer mais barulho", diz o presidente, que negou influência do FMI em cortes de verbas
FHC cobra divulgação de ações sociais
da Sucursal de Brasília
O presidente
Fernando Henrique Cardoso
cobrou ontem
de sua equipe
maior e melhor
divulgação das
ações do governo na área social. "Vamos bater
mais bumbo, fazer mais barulho."
FHC também rebateu as acusações de que o FMI (Fundo Monetário Internacional) está ditando os
cortes no Orçamento.
"Vai haver uma modificação positiva no Orçamento e isso é visto,
lido e repercutido como se fosse
maldade do Executivo: cortando
no social por causa do ajuste fiscal
e quem sabe até por ordem do
FMI. Parece que a última mania
agora é que tudo é por ordem do
FMI, que por sorte não sabe de nada disso", disse.
As críticas à suposta interferência do FMI têm sido tanto de aliados, como o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), quanto
de adversários, como o governador de Minas, Itamar Franco.
FHC aproveitou a solenidade de
posse de Milton Seligman (ex-presidente do Incra) como secretário-executivo do programa Comunidade Solidária para dar o recado à
equipe e devolver ataques.
FHC lembrou que o momento
econômico é "delicado" e disse
que o ajuste fiscal "não é contraditório com uma atenção maior à
população carente" e que ele e Seligman se comprometeram a não
deixar faltar à população carente o
que for necessário, "mesmo nos
momentos de dificuldade".
Aproveitou para negar cortes na
distribuição de cestas básicas e na
merenda escolar. "Vejo, às vezes,
com certo pasmo, informações
que eu digo: "Meu Deus do céu, eu
nunca soube disso". Disseram que
vamos cortar a cesta básica. Cortar
de quem?" O orçamento disponível para cesta básica foi reduzido
em 33,7% em 99 em relação a 98.
Sobre a merenda, disse que, em
razão de outros programas do Comunidade Solidária, "não é necessário manter em alguns municípios a quantia de R$ 0,20 pela merenda, pode ser R$ 0,13".
Os recursos para a merenda escolar aumentaram de R$ 783 milhões em 98 para R$ 930 milhões
em 99. Mas isso não foi suficiente
para garantir que os municípios
mais carentes do Comunidade Solidária continuassem recebendo
R$ 0,07 a mais por aluno por dia.
Em determinado momento,
quando referia-se à sua mulher,
Ruth, FHC arrancou risos dos
pouco mais de 50 convidados ao
dizer que ela não gosta de ser chamada de "primeira-dama".
No final, FHC resolveu contar
que ouve de "muito burguês rico"
que, se o governo aplicasse bem o
dinheiro, todos pagariam impostos. Quando falou em "burguês rico", olhou para onde estavam o vice-presidente Marco Maciel, o ministro Raul Jungmann (Política
Fundiária), o governador Joaquim
Roriz (PMDB-DF), e os senadores
Pedro Piva (PSDB-SP) e Sérgio
Machado (PSDB-CE).
"Deixa eu olhar para outro lado",
disse FHC, interrompendo seu
próprio raciocínio e provocando
nova sessão de risos. O único a ficar sério foi Roriz.
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