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Para Izar, regimento interno embasa afastamento de Ângela Guadagnin
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado Ricardo Izar (PTB-SP) disse que vai afastar mais uma
vez a deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) do Conselho de Ética.
Izar, que preside o conselho, abrirá a reunião de hoje comunicando
o afastamento da deputada. "O
regimento interno é claríssimo, se
o deputado está sofrendo uma representação, deve se afastar do
conselho ou ser afastado", afirmou Izar.
Na semana passada, o PPS entrou com representação pedindo
censura verbal e escrita pelo comportamento da deputada. Guadagnin dançou no plenário da Câmara para comemorar a absolvição do deputado João Magno
(PT), acusado de envolvimento
no "mensalão", em coreografia
que ficou conhecida como a
"dança da pizza".
Segundo o Código de Ética e
Decoro Parlamentar, as punições
que o PPS pediu contra a deputada cabem à Mesa ou à presidência
da Casa e não ao Conselho de Ética. Para a Mesa, Guadagnin só deveria ser afastada se o PPS pedisse
perda ou suspensão do mandato
da deputada, casos que seriam
julgados pelo conselho.
A assessoria jurídica de Izar discorda dessa interpretação. "Já recebi uma comunicação da Mesa
por escrito dizendo que ela não
pode ser afastada", confirmou
Izar. "Mas, para nós do conselho,
o regimento é claríssimo, e a deputada deve, sim, ser afastada. Ela
que recorra à Mesa." A permanência de Guadagnin no conselho
deverá ser resolvida pela Comissão de Constituição e Justiça.
A deputada defendeu todos os
deputados acusados de envolvimento com o "mensalão". Foi dela o pedido de vistas que atrasou a
votação final do relatório do ex-presidente da Câmara, deputado
João Paulo Cunha (PT-SP), prevista para amanhã.
Ainda hoje o conselho deve
aprovar o parecer que pede a cassação do deputado Josias Gomes
(PT-BA), do deputado Antônio
Carlos Mendes Thame (PSDB-SP). A previsão é que o relatório
seja aprovado por nove ou dez votos. Os votos contrários à cassação de Gomes seriam dos representantes do PP e PT no Conselho
de Ética.
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