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Lula articulará reeleição, diz Wagner
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva será ele próprio o principal articulador político de sua
candidatura à reeleição, segundo
disse ontem no Palácio do Planalto o ex-ministro das Relações Institucionais Jaques Wagner (PT).
"Percebo que ele próprio está
fazendo muitas coisas, faz questão de tocar pessoalmente as
maiores negociações", disse o petista, que deixou a articulação política do governo para sair candidato do PT ao governo da Bahia.
Desde que eclodiu a crise do
"mensalão", o presidente perdeu
um a um seus principais colaboradores. Caíram José Dirceu, Antonio Palocci e Duda Mendonça,
todos cruciais para a vitória eleitoral de 2002. Dirceu ainda articula nos bastidores e tem falado com
Lula, mas jamais poderá ter a
mesma exposição de quatro anos
atrás. Palocci e Duda, até agora,
estão completamente fora.
Toda a antiga cúpula do PT
também está mais preocupada
em defender-se das investigações
que em cuidar da campanha de
Lula. Foram atingidos pela crise
do mensalão o ex-presidente do
partido, José Genoino, o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o ex-secretário-geral da sigla Silvio Pereira.
"Na área da articulação política
ele [Lula] terá uma presença mais
protagonista que na eleição de
2002", disse Wagner.
Pouca coisa está definida na estrutura da campanha de Lula até o
momento, enquanto seu principal adversário, Geraldo Alckmin
(PSDB), já se dedica integralmente à montagem da equipe que tentará levá-lo ao poder.
Mas o presidente do PT, Ricardo Berzoini, minimiza o hipotético isolamento de Lula e afirma
que ainda é cedo. "Ele sempre foi
o grande coordenador político e
evidentemente será importante
nessa campanha também", disse.
Para Berzoini, "coordenação política neste momento é para temas
do governo", como a aprovação
do Orçamento no Congresso
-que, segundo ele, deve ocorrer
em até duas semanas.
O petista admite que será muito
difícil fazer uma coligação de partidos tão ampla quanto a de 2002 e
afirma que deve ser difícil, inclusive, atrair as siglas menores.
Com a "cláusula de barreira",
que estabelece um desempenho
mínimo dos partidos nas eleições
para ter acesso a dinheiro do governo e tempo na TV, a maioria
deve optar por ficar livre para fechar alianças que atraiam mais
votos nos Estados. Se em um lugar o PT é a melhor opção, em outro pode ser o PSDB. Para acordos
distintos assim, não pode haver
união no plano federal.
O PMDB é praticamente caso
perdido. Berzoini avalia que o
partido não terá candidato próprio, e que os acordos terão de ser
fechados em cada Estado.
(PEDRO DIAS LEITE E EDUARDO SCOLESE)
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