|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Deputado é acusado de participar de fraudes no AP
Jurandil Juarez é citado em novo depoimento na PF
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACAPÁ
Novos depoimentos tomados
pela Polícia Federal nas investigações sobre fraude em compras de medicamentos no
Amapá implicam três ex-secretários de Saúde do Estado e o
deputado federal Jurandil Juarez (PMDB), ex-secretário de
Planejamento e Orçamento.
A Operação Antídoto, deflagrada pela PF em duas etapas,
nos dias 22 e 27 de março,
apontou que houve rombo de
R$ 20 milhões nos cofres públicos. Foram presas 25 pessoas,
entre elas dois ex-secretários
de Saúde e um sobrinho do governador Waldez Góes (PDT).
A Folha apurou que em um
dos depoimentos tomados pela
Polícia Federal, que continua
ouvindo acusados de envolvimento no esquema, o nome do
deputado Jurandil Juarez, ex-secretário de Planejamento e
Orçamento, aparece como um
dos beneficiários.
Juarez negou ontem as acusações. Segundo ele, a única secretaria do Estado que tinha
"gestão plena" de seus gastos
era a da Saúde. "Para todas as
secretarias o Orçamento estipulava gastos. Para a Saúde,
não. A gente só pagava, pois
existe a gestão plena de Saúde
no Estado", disse Juarez.
O esquema de fraudes na
compra de medicamentos no
governo do Amapá obedecia
aos ritos legais de licitações. As
irregularidades eram cometidas, segundo a PF, no momento da entrega dos medicamentos. A empresa vencedora, que
fazia proposta com margem
mínima de lucro (o que é legal),
entregava apenas 60% dos medicamentos vendidos no momento do cumprimento do
contrato.
"No que é público, a licitação,
tudo era legal. A fraude era em
privado, quando ninguém
acompanhava a entrega", disse
Anderson Rui, superintendente da PF no Amapá.
O advogado Maurício Pereira, que defende o ex-secretário
de Saúde Abelardo Vaz, disse
que seu cliente enviou, por
duas vezes, ofício à Assembléia
Legislativa e ao Conselho Estadual de Saúde para acompanhamento externo da entrega
dos medicamentos. Segundo
ele, Vaz não fez licitação no período em que esteve no cargo.
Seu antecessor, Uilton Tavares, que deixou o cargo no início de 2006 para ser candidato
a deputado federal pelo PTB
(não foi eleito), negou ontem
que houvesse fraudes durante
sua gestão. Ele substituiu o deputado federal Sebastião Rocha (PDT), que ocupou a Secretaria de Saúde entre 2003 e
2004.
Ontem, ele e sua mulher, Fabíola Serrano, foram ouvidos
na Polícia Federal. Acusados de
formação de quadrilha, corrupção passiva e fraude em licitação, não quiseram comentar o
teor de seus depoimentos. Eles
negam as acusações.
Texto Anterior: Religião: Padre Zezinho cantará para papa no Pacaembu Próximo Texto: Toda Mídia - Nelson de Sá: Congonhas, Congonhas Índice
|