São Paulo, quarta-feira, 04 de abril de 2007

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Deputado é acusado de participar de fraudes no AP

Jurandil Juarez é citado em novo depoimento na PF

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACAPÁ

Novos depoimentos tomados pela Polícia Federal nas investigações sobre fraude em compras de medicamentos no Amapá implicam três ex-secretários de Saúde do Estado e o deputado federal Jurandil Juarez (PMDB), ex-secretário de Planejamento e Orçamento.
A Operação Antídoto, deflagrada pela PF em duas etapas, nos dias 22 e 27 de março, apontou que houve rombo de R$ 20 milhões nos cofres públicos. Foram presas 25 pessoas, entre elas dois ex-secretários de Saúde e um sobrinho do governador Waldez Góes (PDT).
A Folha apurou que em um dos depoimentos tomados pela Polícia Federal, que continua ouvindo acusados de envolvimento no esquema, o nome do deputado Jurandil Juarez, ex-secretário de Planejamento e Orçamento, aparece como um dos beneficiários.
Juarez negou ontem as acusações. Segundo ele, a única secretaria do Estado que tinha "gestão plena" de seus gastos era a da Saúde. "Para todas as secretarias o Orçamento estipulava gastos. Para a Saúde, não. A gente só pagava, pois existe a gestão plena de Saúde no Estado", disse Juarez.
O esquema de fraudes na compra de medicamentos no governo do Amapá obedecia aos ritos legais de licitações. As irregularidades eram cometidas, segundo a PF, no momento da entrega dos medicamentos. A empresa vencedora, que fazia proposta com margem mínima de lucro (o que é legal), entregava apenas 60% dos medicamentos vendidos no momento do cumprimento do contrato.
"No que é público, a licitação, tudo era legal. A fraude era em privado, quando ninguém acompanhava a entrega", disse Anderson Rui, superintendente da PF no Amapá.
O advogado Maurício Pereira, que defende o ex-secretário de Saúde Abelardo Vaz, disse que seu cliente enviou, por duas vezes, ofício à Assembléia Legislativa e ao Conselho Estadual de Saúde para acompanhamento externo da entrega dos medicamentos. Segundo ele, Vaz não fez licitação no período em que esteve no cargo.
Seu antecessor, Uilton Tavares, que deixou o cargo no início de 2006 para ser candidato a deputado federal pelo PTB (não foi eleito), negou ontem que houvesse fraudes durante sua gestão. Ele substituiu o deputado federal Sebastião Rocha (PDT), que ocupou a Secretaria de Saúde entre 2003 e 2004.
Ontem, ele e sua mulher, Fabíola Serrano, foram ouvidos na Polícia Federal. Acusados de formação de quadrilha, corrupção passiva e fraude em licitação, não quiseram comentar o teor de seus depoimentos. Eles negam as acusações.


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