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Propriedades de governadores de MT e RO estão na lista das embargadas pelo Ibama
RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma propriedade da Amaggi,
empresa do governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), e
outras duas de Ivo Cassol (sem
partido), governador de Rondônia, constam da lista de áreas
embargadas pelo Ibama por
"abrigarem atividades ilegais
contra o meio ambiente".
A lista foi divulgada anteontem e tem como objetivo, segundo o Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis, mostrar
onde estão as irregularidades
ambientais e quem as comete.
No caso da Amaggi, foi a atividade supostamente irregular
de uma indústria pertencente à
Amaggi Exportação e Importação que causou a inclusão.
A área embargada fica em Feliz Natal (640 km de Cuiabá).
Segundo o Ibama, a empresa
foi multada em R$ 40 mil por
ter posto em funcionamento
indústria de processamento de
resíduos de madeira sem a devida licença de operação -fornecida pela Sema (Secretaria
Estadual de Meio Ambiente).
O embargo foi lavrado pela
fiscalização do Ibama em 19 de
fevereiro deste ano.
Segundo a gerência executiva
do órgão em Sinop (MT), onde
tramita o processo, a medida
foi necessária, entre outros motivos, porque a falta de licenciamento não permite verificar a
origem da matéria-prima processada na indústria.
Por e-mail, a Amaggi afirmou
que "não existe motivo" para a
inclusão da empresa na lista,
pois a indústria não estava
"operando e retirando ou
transportando" nada no local.
Em Rondônia, entre os 886
registros, dois se referem a Cassol, em área localizada em Alta
Floresta d'Oeste (541 km de
Porto Velho). Um dos processos que gerou o embargo diz
respeito à abertura irregular de
uma estrada dentro de APP
(Área de Preservação Permanente). O Ibama não disse do
que se tratava o outro processo.
A estrada liga Alta Floresta
d'Oeste ao distrito de Porto Rolim de Moura, na divisa com a
Bolívia, e, segundo adversários
de Cassol, foi construída para
facilitar o acesso à fazenda do
governador -o que ele nega.
Segundo o Ibama em Rondônia, as obras da fazenda foram
feitas sem licenciamento ambiental e afetaram tanto a fauna
quanto a flora da região. "É um
local que serve de berçário de
reprodução para os peixes",
disse Alberto Chaves Paraguassú, gerente-executivo do Ibama. O governo diz que foi uma
obra da administração estadual
e que, portanto, não envolve a
pessoa física do governador.
A fazenda de Cassol, segundo
a assessoria do governo, acabou
embargada para assegurar o
pagamento da multa de R$ 350
mil aplicada por conta da construção da estrada.
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