São Paulo, sexta-feira, 04 de maio de 2001

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PAINEL

Saída de emergência
Encurralado, ACM deve pedir a suspeição de Saturnino Braga e Ramez Tebet, relator e presidente do Conselho de Ética do Senado, respectivamente. Seus advogados avaliam que os dois foram parciais na condução da apuração. "Juiz não pode antecipar o voto", diz um deles.

Ganhar tempo
A base carlista considera que ACM não se saiu bem na acareação. A suspeição de Saturnino (PSB) e Ramez (PMDB) seria talvez o único modo de protelar o processo e jogar com o cansaço da opinião pública para evitar a cassação. Risco: criar um atrito com o partido de Tebet.

Defesa armada
A gravação de uma entrevista de Tebet deve ser anexada ao pedido de suspeição. Na fita, o senador diz que ACM cometeu uma "indignidade" e o chama de "coronel autoritário".

Temperatura máxima
O Senado colocou bombeiros na sala da Comissão de Ética para acompanhar a acareação entre ACM, José Roberto Arruda e Regina Célia Borges. Para o caso de alguma eventualidade.

Caminho estreito
No Senado, é corrente a avaliação de que Arruda e ACM saíram da acareação piores do que entraram. Restariam duas alternativas: renunciar ou negociar a absolvição no plenário.

Diagnóstico
De Ney Suassuna (PMDB), sobre ACM e Arruda: "São dois doentes infectados. Um (Arruda) está à beira da morte. O outro (ACM) ainda torce pelo desenvolvimento de uma vacina, mas sabe que é difícil".

Código Penal
A defesa de ACM entregará ao Senado na segunda um memorial com a defesa do pefelista. A peça, que começou a ser redigida ontem no apartamento do baiano, vai bater na tecla de que a cassação é uma pena desproporcional à acusação.

Disputa jurídica
A oposição apresentará pareceres de constitucionalistas para defender a legalidade do pedido de CPI, contestada pelo Planalto. O advogado Paulo Bonavides já foi contatado pelo deputado José Roberto Batochio (PDT).

Ação franciscana
Com a extinção da Sudam e da Sudene, parlamentares perderam cargos e verbas. Eleito imediato: ameaçam assinar a CPI da corrupção. Ontem, dois deputados de Pernambuco colocaram seus nomes na lista: Joaquim Francisco e Salatiel Carvalho.

Cortina de fumaça
Líderes do PMDB defendem que FHC antecipe a reforma ministerial, prevista para dezembro. A fim de mudar a pauta política e reduzir a pressão da opinião pública sobre o Congresso.

Início de conversa
O PPS-SP convidou Paulo Pereira da Silva para disputar o Senado pelo partido em 2002. O presidente da Força Sindical, que é filiado ao PTB, ficou de dar uma resposta a João Herrmann.

Prazo e promessa
O rodoanel não será inaugurado antes de março de 2002, segundo técnicos da Secretaria dos Transportes. O governo Alckmin, que aditará os contratos em cerca de 80%, diz que entregará as obras até o fim do ano.

Segurança máxima
O Planalto monitorou nos últimos dias a movimentação do MST na região de Ribeirão Preto (SP). Teme manifestações hoje durante a visita de FHC a uma feira agrícola na cidade.

Campeão de audiência
Emissoras de rádio pressionaram Jader Barbalho para que ele autorizasse o adiamento do programa do PMDB, previsto para as 20h de ontem. Queriam continuar transmitindo a acareação. O senador não aceitou.

Duelo de togas
Juízes federais de SP escolhem o presidente de sua associação no dia 10. Disputam o cargo José Lunardelli, pela situação, e Ali Mazloum, pela oposição.

TIROTEIO

Do compositor baiano Dorival Caimmy, sobre o momento político e a crise na base aliada:
-Deveriam levar o Brasil com muito mais respeito e moralidade.

CONTRAPONTO

Trauma no Senado

A Comissão de Infra-Estrutura do Senado reuniu-se na manhã de anteontem para votar a aprovação dos dois candidatos ao conselho diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica indicados pelo governo.
Os designados para a vaga, que foram aprovados, eram Eduardo Ellery, atual diretor e candidato à recondução, e Paulo Pedrosa.
Depois de sabatinarem os candidatos, os senadores da comissão, em votação secreta, decidiram a aceitação das indicações.
As cédulas utilizadas eram de papel. Havia urna, mas, por não se tratar de um tema polêmico, os senadores preferiram votar em cima de suas mesas.
No meio da votação, percebendo que todos mostravam seus votos, o senador Paulo Hartung (PPS-ES) brincou:
- Está todo mundo votando aberto com medo de aparecer alguma listinha depois!


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