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PROFISSÃO DE FÉ
Ministério da Assembléia de Deus anuncia apoio a pré-candidato
Tucano prega mudança a pastores
Alexandre Campbell/Folha Imagem
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José Serra durante oração em templo da Assembléia de Deus, em Madureira, no Rio |
MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO
Um candidato tanto da ""manutenção do rumo" quanto das
"mudanças". Foi com essa fórmula híbrida que o pré-candidato governista à Presidência,
senador José Serra (PSDB-SP),
se apresentou ontem no Rio a
uma platéia de milhares de pastores da Assembléia de Deus.
"[É preciso] manter o rumo,
com mudança", disse Serra.
"Tenho andado por todo o Brasil. Identifico dois sentimentos:
um de preservar aquilo que se
conquistou. E o sentimento de
mudança. [Há] muita queixa de
insuficiência em muitas coisas.
É isso que nós precisamos saber
combinar. Manter o que tem de
bom e conseguir fazer o que não
foi feito ou corrigir aquilo em
que cometemos erros."
Foi mais um passo no esforço
do pré-candidato tucano para
diferenciar-se, mesmo que parcialmente, do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, que o apóia.
Na cúpula da campanha serrista há a convicção, fundamentada em pesquisas, de que a associação do pré-candidato a
FHC é essencial para levá-lo ao
segundo turno. Se exagerada,
porém, essa ligação poderia
provocar sua derrota.
Nas últimas semanas, Serra
criticou o gatilho de reajuste da
gasolina e a taxa ao consumidor
para compensar as empresas de
energia pelo racionamento.
"Acelerar"
O tucano disse aos evangélicos
que "a estrutura de impostos
hoje conspira contra o crescimento", que o combate ao contrabando e ao narcotráfico "exige cooperação maior do governo federal" e que ""o saneamento básico está semiparado". "O
Brasil precisa acelerar. Está percorrendo o caminho a 70 km/h,
80 km/h. Precisa passar de 100
km/h, 120 km/h."
Depois, em entrevista, foi indagado sobre se é um pré-candidato mais voltado à manutenção do rumo do governo do
qual faz parte ou mais voltado à
mudança. "As duas coisas."
Afirmou que manterá a "casa
arrumada" na economia. "Ao
mesmo tempo, [serei] da mudança. É muita coisa que é preciso [mudar]: na educação, no
saneamento, na área energética.
Tem muita mudança, para fazer
o que não foi feito ou para corrigir o que foi feito."
Sobre a afirmação do pré-candidato Ciro Gomes (PPS) de que
o projeto econômico de Serra
favoreceria o Estado de São Paulo, o presidenciável disse que
não fala sobre "samba do crioulo doido". Aos evangélicos, Serra disse ser ""um político nacional, e não regional".
Assembléia de Deus
No evento de ontem, Serra recebeu o apoio da Convenção
Nacional das Assembléias de
Deus - Ministério de Madureira.
É uma das duas grandes entidades da Assembléia de Deus,
maior denominação evangélica
do Brasil. A outra -maior- é a
Convenção Geral, que ainda
não definiu candidato.
O pastor Manoel Ferreira, presidente da assembléia nacional,
afirma que a entidade reúne 10
milhões de fiéis, 27 mil pastores
e 22 templos. Ontem havia milhares de pastores (oficialmente
eram 6.000), de todo o país, no
templo de Madureira (zona
norte do Rio).
Em julho de 2001, Ferreira dizia que sua tendência era apoiar
o pré-candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho,
que é evangélico. Ontem Ferreira disse que mudou por causa
de "propostas". No seu ouvido,
Serra afirmou: "Vamos batalhar
juntos, ganhar juntos e governar juntos".
Ferreira, que anteontem dissera que pode influenciar eleitoralmente de 70% a 80% do seu
"rebanho", ontem voltou atrás.
Disse que tudo dependerá de
como a campanha evoluir.
O momento de maior entusiasmo ontem foi quando um
pastor puxou uma oração pedindo benção para Serra e o
Brasil. O pré-candidato baixou a
cabeça e ficou de olhos fechados. Muitos pastores gritavam
"Glória a Deus".
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