São Paulo, quinta-feira, 04 de maio de 2006

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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA

Diferença no Estado diminui de 18 para 9 pontos; no segundo turno, tucano vence por 52% a 36%

Vantagem de Alckmin sobre Lula cai em SP, diz Ibope

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A vantagem do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida presidencial caiu, no Estado de São Paulo, de 18 pontos percentuais para 9, segundo levantamento do Ibope divulgado ontem. Alckmin, que tinha 46% da preferência segundo o levantamento anterior -divulgado no dia 6 de abril-, oscilou negativamente para 42%. O presidente Lula, que tinha 28%, está hoje com 33%.
Nesse mesmo cenário, estão tecnicamente empatados o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PMDB), com 4% das intenções de voto; Heloísa Helena (PSOL), 3%; Enéas (Prona), 2%; e Roberto Freire, 1%.
Num segundo cenário pesquisado, em que Garotinho é substituído pelo ex-presidente Itamar Franco (PMDB), não há alterações significativas nas intenções de voto. Alckmin fica com 43%, e Lula, com 34%.
Num eventual segundo turno, 52% dos paulistas declararam que votariam em Alckmin, e 36% manifestam preferência pelo presidente. Em relação ao levantamento anterior, Alckmin recuou três pontos e Lula avançou cinco.
O pré-candidato mais rejeitado pelos paulistas, segundo a pesquisa, é Garotinho, com 39%. Lula tem 33% de índice de rejeição, e Alckmin, 11%. O levantamento foi encomendado pelo Sindicado das Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo e Região (Setcesp).
De acordo com Maurício Tadeu Garcia, gerente de projetos do Ibope, ainda não é possível falar em uma queda de Alckmin ou de um avanço de Lula no cenário eleitoral, já que as variações dos candidatos ocorreram dentro da margem de erro, de três pontos percentuais para mais ou para menos -Lula, por exemplo, pode ter de 30% a 36% das intenções de voto, e em abril poderia ter de 25% a 31%. "Os percentuais de intenção de voto estão dentro da margem de erro, porém podem indicar uma tendência importante. Isso só poderá ser confirmado numa próxima pesquisa", disse.
O levantamento ouviu 1.264 pessoas de 63 municípios paulistas entre os dias 28 e 30 de abril. Na sexta-feira, dia 28, Lula estava em São Paulo e cumpria pesada agenda de candidato. Ao mesmo tempo, a cidade abrigava o 13º Encontro Nacional do PT. Alckmin, por sua vez, fez campanha no Nordeste no fim de semana.

Perfil
A pesquisa revela que Alckmin perde quando os pesquisados são da região classificada como "periferia" -que inclui cidades vizinhas à capital, entre elas as do Grande ABC, onde Lula construiu sua carreira política como líder sindical. Nessa região, o petista lidera por 44% a 33%. Na capital, Alckmin vence por 42% a 35%, e no interior, por 45% a 29%.
O ex-governador paulista tem 34 pontos percentuais de vantagem sobre Lula entre os entrevistados com nível superior de instrução, enquanto ambos estão empatados entre aqueles com até a quarta série fundamental (Alckmin, 38%; Lula, 36%).
Alckmin disse ontem que não se sente pressionado a mudar a estratégia eleitoral por conta da queda nas pesquisas. "Não vou mudar, nunca vi ninguém ganhar eleição baseado no ataque ao adversário. Em política você não obriga, você conquista." O ex-governador atribuiu sua situação nas pesquisas à propaganda maciça de Lula. O tucano afirmou ainda que o quadro será revertido com o início da propaganda eleitoral em rádio e televisão.


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