São Paulo, quinta-feira, 04 de maio de 2006

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Greve pode sepultar a candidatura Garotinho

MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A greve de fome de Anthony Garotinho deu munição política a dirigentes do PMDB de diferentes correntes para praticamente sepultar a possibilidade de candidatura do ex-governador do Rio de Janeiro.
O presidente da legenda, Michel Temer, telefonou ontem para Garotinho e lhe pediu para encontrar uma maneira de encerrar a greve de fome. A Folha apurou que o ex-governador respondeu ter uma saída: caso consiga direito de resposta nas Organizações Globo, poderá utilizar a decisão judicial como pretexto para o término da manifestação.
Garotinho disse protestar contra os veículos de comunicação, entre os quais o jornal "O Globo", que denunciaram irregularidades em doações para sua pré-campanha à Presidência. Em nota, a Globo já manifestou considerar que as exigências de Garotinho "beiram o ridículo" e que foi concedido a ele amplo direito de resposta.
O pré-candidato do PMDB à Presidência condicionou, ainda, o fim da greve ao acompanhamento das eleições por organismos internacionais. O sistema eleitoral brasileiro é considerado um dos mais eficazes do mundo.
Parlamentares e governadores do PMDB avaliaram nos últimos dias, reservadamente, que o gesto de Anthony Garotinho virou folclore e se tornou "ridículo", demonstrando fraqueza e imaturidade política, sobretudo para quem reivindica o posto maior da República.
O sinal mais claro de que Garotinho está fora do páreo foi o encontro ontem entre Temer e o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. Ontem, a Executiva Nacional do PMDB aprovou a antecipação da convenção nacional para o dia 13, quando o partido decide se terá candidatura própria.
As chances de Garotinho são pequenas, especialmente depois da greve. "Creio que enfraqueceu a tese da candidatura própria. Se enfraqueceu a [candidatura] dele eu não sei", afirmou o deputado Moreira Franco (RJ).
Os dirigentes partidários afirmam que a decisão de fazer greve de fome é pessoal e não pode ter vinculação com o partido. "A atitude de Garotinho foi extremamente ousada. Ele pode sair disso como herói ou folclórico", afirmou o líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB).
Lideranças do PMDB no Rio de Janeiro queixaram-se à direção nacional: causou constrangimento Garotinho realizar a greve no diretório do partido.


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