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Greve pode sepultar a candidatura Garotinho
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A greve de fome de Anthony
Garotinho deu munição política a
dirigentes do PMDB de diferentes
correntes para praticamente sepultar a possibilidade de candidatura do ex-governador do Rio de
Janeiro.
O presidente da legenda, Michel
Temer, telefonou ontem para Garotinho e lhe pediu para encontrar uma maneira de encerrar a
greve de fome. A Folha apurou
que o ex-governador respondeu
ter uma saída: caso consiga direito de resposta nas Organizações
Globo, poderá utilizar a decisão
judicial como pretexto para o término da manifestação.
Garotinho disse protestar contra os veículos de comunicação,
entre os quais o jornal "O Globo",
que denunciaram irregularidades
em doações para sua pré-campanha à Presidência. Em nota, a Globo já manifestou considerar que
as exigências de Garotinho "beiram o ridículo" e que foi concedido a ele amplo direito de resposta.
O pré-candidato do PMDB à
Presidência condicionou, ainda, o
fim da greve ao acompanhamento das eleições por organismos internacionais. O sistema eleitoral
brasileiro é considerado um dos
mais eficazes do mundo.
Parlamentares e governadores
do PMDB avaliaram nos últimos
dias, reservadamente, que o gesto
de Anthony Garotinho virou folclore e se tornou "ridículo", demonstrando fraqueza e imaturidade política, sobretudo para
quem reivindica o posto maior da
República.
O sinal mais claro de que Garotinho está fora do páreo foi o encontro ontem entre Temer e o ministro das Relações Institucionais,
Tarso Genro. Ontem, a Executiva Nacional do PMDB aprovou a antecipação da convenção nacional para o
dia 13, quando o partido decide se
terá candidatura própria.
As chances de Garotinho são
pequenas, especialmente depois
da greve. "Creio que enfraqueceu
a tese da candidatura própria. Se
enfraqueceu a [candidatura] dele
eu não sei", afirmou o deputado
Moreira Franco (RJ).
Os dirigentes partidários afirmam que a decisão de fazer greve
de fome é pessoal e não pode ter
vinculação com o partido. "A atitude de Garotinho foi extremamente ousada. Ele pode sair disso
como herói ou folclórico", afirmou o líder do PMDB no Senado,
Ney Suassuna (PB).
Lideranças do PMDB no Rio de
Janeiro queixaram-se à direção
nacional: causou constrangimento Garotinho realizar a greve no
diretório do partido.
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