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Pelo "agrovoto", Serra e Dilma dividem palanque e feijoada
Rivais trocam cumprimento cordial na ExpoZebu, importante feira do setor
Enquanto partidos fazem
guerra de ações judiciais,
presidenciáveis mostram
naturalidade no primeiro
encontro da pré-campanha
BRENO COSTA
ENVIADO ESPECIAL A UBERABA (MG)
Num clima de cordialidade,
com cumprimentos protocolares, os pré-candidatos à Presidência da República José Serra
(PSDB) e Dilma Rousseff (PT)
dividiram o mesmo palanque e
uma mesma feijoada ontem, no
interior de Minas.
Na tentativa de conquistar o
apoio da nata do agronegócio
brasileiro, Dilma e Serra sentaram-se praticamente lado a lado, durante cerca de uma hora
de solenidade de abertura oficial da 76ª ExpoZebu, em Uberaba. Ficaram separados apenas pelo ex-ministro da Agricultura e deputado federal Reinhold Stephanes (PMDB-PR).
Antes, na sala VIP, cumprimentaram-se rapidamente e
posaram para fotos juntos. Na
solenidade, trocaram poucos
olhares e nenhuma palavra.
Num momento em que Dilma se ausentou, Serra ficou
conversando animadamente
com os coordenadores da campanha petista, o deputado federal Antonio Palocci (PT-SP) e o
pré-candidato ao governo de
Minas, Fernando Pimentel.
No início da tarde, Serra e
Dilma voltaram a se encontrar,
numa feijoada oferecida pelo
vice-presidente da Associação
Brasileira de Criadores de Zebu, Jonas Barcellos, em sua fazenda. Eles foram posicionados
em lados opostos de uma mesa
com mais de 80 lugares.
Serra e Palocci conversaram
o tempo todo. Mais de 500 pessoas foram à feijoada, entre elas
o ministro do STF Gilmar Mendes, o advogado Márcio Thomaz Bastos, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e a bancada ruralista do
Congresso em peso.
Serra classificou o encontro
com sua rival de "normal",
"gentil", sem "nada de especial". Dilma seguiu na mesma
linha de naturalidade.
"A gente é civilizado, nós
sempre nos demos bem, não
tem motivo para não ter uma
relação afável, né?", disse.
No front jurídico, no entanto,
PT e PSDB vêm protagonizando uma guerra de representações na Justiça Eleitoral.
Serra e Dilma não discursaram na ExpoZebu. O discurso
com maior tom eleitoral foi o
do vice-presidente da República, José Alencar, pela continuidade do governo Lula.
"Se houvesse uma pergunta
ao povo sobre o que ele deseja, a
resposta seria a continuidade
desse governo sério, democrático e desenvolvimentista."
Apesar do chamamento ao
"povo", o evento teve caráter
muito mais institucional do
que popular. Além de um grupo
de cerca de 150 professores grevistas e supostos militantes do
PSDB e outros 200 pecuaristas
credenciados, a Folha contou
menos de dez pessoas acompanhando os discursos na feira.
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