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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Líderes regionais ainda tentam obter concessões dos tucanos; adiamento da convenção peemedebista é descartado
PMDB usa barganha para apoiar Serra
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Confiante em ter votos garantidos para fechar a aliança com o
pré-candidato tucano ao Palácio
do Planalto, José Serra, a cúpula
do PMDB administra as últimas
tentativas de caciques regionais
do partido para obter concessões
do PSDB nos Estados.
Não há risco de adiamento das
convenções dos dois partidos,
marcadas para o próximo dia 15,
em Brasília. A hipótese de adiar o
encontro peemedebista foi jogada
para pressionar o PSDB a honrar
os pré-acordos regionais e envolver Serra na negociação do que
eufemisticamente se chama "estrutura de campanha".
Leia-se: 1) fundos eleitorais, matéria na qual os peemedebistas esperam que o PSDB garanta acesso
aos financiadores privados, e 2) liberação de recursos públicos para
emendas e projetos apadrinhados
por caciques regionais do PMDB,
como deputados federais com votos na convenção.
Grupos
O PMDB tem dois grupos, que
se subdividem por ser a sigla uma
união de caciques regionais. A ala
governista varia de 65% a 70% na
convenção nacional. A oposicionista, de 30% a 35%.
Sem o senador José Sarney
(PMDB-AP) e outros ex-aliados
governistas, a cúpula contabiliza
60% pró-Serra, taxa garantida pelo núcleo fiel ao governo e pelos
seduzidos pelas promessas de
"estrutura de campanha" e por
articulações de Rita Camata (ES),
vice de Serra e deputada federal
que militava na ala oposicionista.
Hoje, a cúpula do PMDB se reúne em Brasília para checar a planilha de convencionais de Eliseu Padilha, ex-ministro dos Transportes e contador-mor dos governistas. O grupo tentará garantir a
margem de segurança de dez
pontos percentuais para, no limite, fechar a aliança com 55% dos
votos e entregar a Serra o terceiro
maior tempo de TV e rádio.
Choradeira
Alguns "governistas" avisaram
à cúpula do PMDB que endureceriam o discurso com os tucanos,
mas levariam seus liderados a
apoiar a aliança na convenção, já
que um entendimento com o PT é
uma miragem política.
Ao contrário do que fazem supor, Rio Grande do Norte, Pará e
Ceará marcharão com os governistas. Na Paraíba, o grupo fiel a
Serra racha o partido, no mínimo.
A maioria do diretório gaúcho
também deverá apoiar Serra. Seguem casos emblemáticos, que
mostram a contradição entre discurso e ação de bastidor.
O ex-senador Jader Barbalho
quis se aliar ao PSDB paraense.
Serra e o PMDB nacional apoiaram a decisão dos tucanos do Pará de rejeitá-lo, mas prometeram
"estrutura de campanha" para
que ele tente voltar ao Senado.
O pré-candidato peemedebista
ao governo de Santa Catarina,
Luiz Henrique da Silveira, marchará com a cúpula mesmo que
contrariado. O risco é seu cacife
ser menor. Ele deseja que o PSDB
estadual, como prometido pela
cúpula nacional tucana, não apóie
a reeleição do governador Esperidião Amin (PPB).
Como a convenção dos tucanos
catarinenses será após as convenções nacionais de PMDB e PSDB,
Luiz Henrique teme ser traído,
com os correligionários de Serra
se aliando a Amin. Foi no PMDB
catarinense que nasceu a idéia de
pedir o adiamento da convenção
nacional, o que a cúpula não fará
para não perder cacife.
Hoje, Luiz Henrique estará em
Brasília para se reunir com Pimenta da Veiga, coordenador da
campanha de Serra. Quer a garantia de que o PSDB, já que não há
intenção local de apoiá-lo, lançará
um candidato a governador nem
que seja só para constar.
O senador Amir Lando (PMDB-RO), com quatro anos de mandato, é um entre muitos possíveis
candidatos que se queixaram a tucanos e peemedebistas da falta de
recursos para tentar a eleição ao
governo. Apesar da resistência
dos tucanos estaduais em apoiá-lo, o PSDB nacional busca o acordo, com "estrutura de campanha"
incluída.
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