São Paulo, domingo, 04 de junho de 2006

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Em campanha, Lula promete "milagre da educação"

Presidente fala sobre continuidade de programas para jovens em 2007 e volta a apelar para slogan da esperança, usado em 2002

MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu ontem a responsabilidade de fazer "o milagre da educação no país" e voltou a apelar para o sentimento da esperança (após a eleição de 2002, Lula e o PT adotaram o slogan "a esperança venceu o medo").
No lançamento do Consórcio Social da Juventude do ABC, em Santo André (grande São Paulo), o presidente partiu para um ataque mais explícito ao PSDB, procurando atingir, desta vez, o ex-prefeito de São Paulo José Serra. Um dia antes, Lula havia criticado indiretamente o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin.
Ele disse que "nem todos os prefeitos entenderam" a importância do ProJovem (Programa Nacional de Inclusão de Jovens), criado pelo governo federal. "Em São Paulo, por exemplo, na capital, colocamos 30 mil vagas à disposição do prefeito e, lamentavelmente, ficamos um ano esperando, Aloizio [Mercadante, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo], e o prefeito não atendeu nem mandou preencher."
"Se Deus quiser, vamos fazer o milagre da educação no país, porque tomei uma decisão na minha vida: no meu governo é proibido falar em gasto quando a gente fala de educação. Educação é investimento", disse.
Ele falou sobre a continuidade de programas de governo para jovens em 2007 como se esse não fosse o último ano de seu mandato, num sinal de que considera provável a reeleição.
Em críticas mais pesadas ao PSDB, o presidente afirmou que "de 1980 a praticamente 2000, a economia brasileira esteve estagnada, não cresceu ou cresceu muito pouco".
Lula reiterou a crença de que a participação de jovens em facções criminosas como o PCC (Primeiro Comando da Capital) é fruto da "década perdida", numa referência direta à gestão do PSDB no governo nacional e em São Paulo.
Aos jovens do consórcio do ABC, programa de qualificação de estudantes carentes que consumirá R$ 4,5 milhões, Lula fez um apelo: "Vocês não podem perder a esperança. Vocês têm de acreditar que o Brasil não vai jogar fora a oportunidade dele no século 21".
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, anunciou na solenidade que o governo vai criar mais 2.000 vagas para o programa do consórcio da juventude.
Sobre a crítica de Alckmin, de que o governo promove uma "farra fiscal", Marinho disse que a União mantém o superávit e todos os compromissos fiscais. "Isso parece mais desespero eleitoral [da oposição] que qualquer outra coisa", disse.


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