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Em campanha, Lula promete "milagre da educação"
Presidente fala sobre continuidade de programas para jovens em 2007 e volta a apelar para slogan da esperança, usado em 2002
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu ontem a responsabilidade de fazer "o milagre da educação no país" e voltou a apelar para o sentimento
da esperança (após a eleição de
2002, Lula e o PT adotaram o
slogan "a esperança venceu o
medo").
No lançamento do Consórcio
Social da Juventude do ABC,
em Santo André (grande São
Paulo), o presidente partiu para um ataque mais explícito ao
PSDB, procurando atingir, desta vez, o ex-prefeito de São Paulo José Serra. Um dia antes, Lula havia criticado indiretamente o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso e o pré-candidato do PSDB à Presidência,
Geraldo Alckmin.
Ele disse que "nem todos os
prefeitos entenderam" a importância do ProJovem (Programa Nacional de Inclusão de
Jovens), criado pelo governo
federal. "Em São Paulo, por
exemplo, na capital, colocamos
30 mil vagas à disposição do
prefeito e, lamentavelmente, ficamos um ano esperando, Aloizio [Mercadante, pré-candidato do PT ao governo de São
Paulo], e o prefeito não atendeu
nem mandou preencher."
"Se Deus quiser, vamos fazer
o milagre da educação no país,
porque tomei uma decisão na
minha vida: no meu governo é
proibido falar em gasto quando
a gente fala de educação. Educação é investimento", disse.
Ele falou sobre a continuidade de programas de governo
para jovens em 2007 como se
esse não fosse o último ano de
seu mandato, num sinal de que
considera provável a reeleição.
Em críticas mais pesadas ao
PSDB, o presidente afirmou
que "de 1980 a praticamente
2000, a economia brasileira esteve estagnada, não cresceu ou
cresceu muito pouco".
Lula reiterou a crença de que
a participação de jovens em facções criminosas como o PCC
(Primeiro Comando da Capital) é fruto da "década perdida",
numa referência direta à gestão
do PSDB no governo nacional e
em São Paulo.
Aos jovens do consórcio do
ABC, programa de qualificação
de estudantes carentes que
consumirá R$ 4,5 milhões, Lula
fez um apelo: "Vocês não podem perder a esperança. Vocês
têm de acreditar que o Brasil
não vai jogar fora a oportunidade dele no século 21".
O ministro do Trabalho, Luiz
Marinho, anunciou na solenidade que o governo vai criar
mais 2.000 vagas para o programa do consórcio da juventude.
Sobre a crítica de Alckmin, de
que o governo promove uma
"farra fiscal", Marinho disse
que a União mantém o superávit e todos os compromissos
fiscais. "Isso parece mais desespero eleitoral [da oposição] que
qualquer outra coisa", disse.
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