São Paulo, segunda-feira, 04 de junho de 2007

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Juízes não comentam suspeitas da polícia

Advogado diz que juíza Maria Cristina comprou carro de seu escritório porque ela queria um a gás e que "não chamasse a atenção"

DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz federal Djalma Moreira Gomes não comenta as investigações porque seu advogado, Eduardo Muylaert, o proibiu de falar sobre o caso, segundo a assessoria de imprensa da Ajufesp (Associação dos Juízes Federais de São Paulo).
O advogado Alberto Toron, que defende a juíza federal Maria Cristina Barongeno, não foi encontrado para comentar as suspeitas da PF. Procurado pela reportagem, o advogado não retornou as ligações.
O advogado de Luís Roberto Pardo, Luiz Guilherme Moreira Porto, diz que não comenta o inquérito da Polícia Federal porque ele está sob segredo de Justiça. Os esclarecimentos, segundo ele, serão prestados à Justiça. "Prefiro não fazer a defesa de meu cliente pela imprensa", disse.
O advogado Márcio Pollet diz que é advogado da juíza Maria Cristina Barongeno em ações na Justiça estadual e que ela ia a seu escritório tratar dessas ações. "Eu só fui duas vezes à casa dela", diz. Pollet diz que a juíza comprou o Gol de seu escritório porque queria um carro a gás e "que não chamasse a atenção, para andar com os filhos". Diz não conhecer Pardo.
"Tenho a consciência muito tranqüila", diz. Ele atribui o fato de estar sendo investigado porque, nos telefonemas, chamava a juíza de "Sandra". "Quando a conheci, falei que ela era muito parecida com uma ex-namorada. Era uma brincadeira", afirma.
Pollet nega atuar em nome do pai da juíza. "Eu nunca fiz nada por intermédio, a juíza nunca me deu abertura nesse sentido. Eu tenho parcerias com ele. Eu comecei a advogar para a Friboi agora", diz. "A única ação que tenho da Gocil [empresa de segurança], ela me negou", diz. Pollet diz que entrou nessa ação "apenas para acompanhar o caso". E que indicou outro advogado e ambos saíram do processo. Diz que nunca advogou para bingos.
Fabiano de Souza Cintra não é doleiro, mas sócio de uma empresa de "factoring", segundo o advogado José Luis de Oliveira Lima. Ele cuidava das finanças de Maria Cristina porque ela passou por uma gravidez que exigia cuidados e reformava um imóvel nesse período. Cintra é casado com uma irmã de Maria Cristina, que é arquiteta e que fazia a reforma da casa da juíza.
Segundo Oliveira Lima, as referências a dinheiro referem-se a recursos que a juíza enviava a Cintra para que ele fizesse os pagamentos da obra. Segundo o advogado, Cintra já depôs na PF e não foi indiciado.
O advogado Marcus Vinicius Linhares, que defende o procurador da Fazenda Sérgio Ayala, diz que seu cliente está viajando, em licença médica.
Sobre o pagamento feito pelo empresário Sidney Ribeiro, diz que "eles tinham amizade e se tratava de um pagamento de contas pessoais". Sobre os encontros no escritório de Pardo, diz que "Sérgio também é advogado e os encontros eram contatos sociais".
A Folha não conseguiu ouvir Gustavo Bachega. (MCC e FV)


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