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Juízes não comentam suspeitas da polícia
Advogado diz que juíza Maria Cristina comprou carro de seu escritório porque ela queria um a gás e que "não chamasse a atenção"
DA REPORTAGEM LOCAL
O juiz federal Djalma Moreira Gomes não comenta as investigações porque seu advogado, Eduardo Muylaert, o proibiu de falar sobre o caso, segundo a assessoria de imprensa da
Ajufesp (Associação dos Juízes
Federais de São Paulo).
O advogado Alberto Toron,
que defende a juíza federal Maria Cristina Barongeno, não foi
encontrado para comentar as
suspeitas da PF. Procurado pela reportagem, o advogado não
retornou as ligações.
O advogado de Luís Roberto
Pardo, Luiz Guilherme Moreira Porto, diz que não comenta o
inquérito da Polícia Federal
porque ele está sob segredo de
Justiça. Os esclarecimentos,
segundo ele, serão prestados à
Justiça. "Prefiro não fazer a defesa de meu cliente pela imprensa", disse.
O advogado Márcio Pollet diz
que é advogado da juíza Maria
Cristina Barongeno em ações
na Justiça estadual e que ela ia
a seu escritório tratar dessas
ações. "Eu só fui duas vezes à
casa dela", diz. Pollet diz que a
juíza comprou o Gol de seu escritório porque queria um carro a gás e "que não chamasse a
atenção, para andar com os filhos". Diz não conhecer Pardo.
"Tenho a consciência muito
tranqüila", diz. Ele atribui o fato de estar sendo investigado
porque, nos telefonemas, chamava a juíza de "Sandra".
"Quando a conheci, falei que
ela era muito parecida com
uma ex-namorada. Era uma
brincadeira", afirma.
Pollet nega atuar em nome
do pai da juíza. "Eu nunca fiz
nada por intermédio, a juíza
nunca me deu abertura nesse
sentido. Eu tenho parcerias
com ele. Eu comecei a advogar
para a Friboi agora", diz. "A
única ação que tenho da Gocil
[empresa de segurança], ela me
negou", diz. Pollet diz que entrou nessa ação "apenas para
acompanhar o caso". E que indicou outro advogado e ambos
saíram do processo. Diz que
nunca advogou para bingos.
Fabiano de Souza Cintra não
é doleiro, mas sócio de uma empresa de "factoring", segundo o
advogado José Luis de Oliveira
Lima. Ele cuidava das finanças
de Maria Cristina porque ela
passou por uma gravidez que
exigia cuidados e reformava um
imóvel nesse período. Cintra é
casado com uma irmã de Maria
Cristina, que é arquiteta e que
fazia a reforma da casa da juíza.
Segundo Oliveira Lima, as referências a dinheiro referem-se
a recursos que a juíza enviava a
Cintra para que ele fizesse os
pagamentos da obra. Segundo o
advogado, Cintra já depôs na
PF e não foi indiciado.
O advogado Marcus Vinicius
Linhares, que defende o procurador da Fazenda Sérgio Ayala,
diz que seu cliente está viajando, em licença médica.
Sobre o pagamento feito pelo
empresário Sidney Ribeiro, diz
que "eles tinham amizade e se
tratava de um pagamento de
contas pessoais". Sobre os encontros no escritório de Pardo,
diz que "Sérgio também é advogado e os encontros eram contatos sociais".
A Folha não conseguiu ouvir
Gustavo Bachega.
(MCC e FV)
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