DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirma apresentar hoje documentação que comprovaria seus lucros no setor agropecuário alagoano nos últimos anos. "Isso ainda não terminou. Vou apresentar os recibos, os cheques, as notas fiscais, tudinho", disse ele ontem ao comentar seu aumento patrimonial.
Segundo documentação fiscal e bancária entregue por Renan à Corregedoria do Senado na semana passada, ele teve um faturamento de R$ 1,9 milhão em 2006 com atividade agropecuária. A revista "Época" teve acesso aos papéis e afirmou que o político alagoano vendeu 784 cabeças de gado em 2006, permanecendo com 1.704 reses.
Em seu Imposto de Renda o valor do gado não foi declarado.
Há quase 30 anos ocupando cargos eletivos na política -exceto por um breve período, no início dos anos 90-, Renan recebia até maio pouco mais de R$ 12 mil brutos como senador. Seu patrimônio pessoal foi montado com base, sobretudo, em seus salários como político ao longo desse período.
Há também suspeitas de que Renan não teria todas as terras alagoanas em seu nome. Ontem, o jornal "O Globo" publicou reportagem afirmando que uma das fazendas de Renan, a Cocal, estaria registrada como sendo de Marlene Gomes da Silva, morta há nove anos.
"Essa Cocal tem de ver... Pode ser problema de nome. Antigamente eram glebas, foram vendidas, pode ter havido alteração. O que posso dizer é que todas as minhas propriedades estão devidamente declaradas em meu IR", diz o senador. "Já falei com o Olavinho para que que a gente dê uma olhada nisso, pois não entendi direito o que estava na reportagem [de "O Globo"]", declarou o senador. "Olavinho" é o deputado federal Olavo Calheiros Filho (PMDB-AL), irmão de Renan.
Os documentos entregues pelo presidente do Senado vão se somar a outros que contêm a sua movimentação bancária e fiscal dos últimos quatro anos, já fornecidos na semana passada à Corregedoria da Casa. Nenhum desses papéis foi divulgado oficialmente para a mídia.


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