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QUESTÃO AGRÁRIA
Planalto ameaça descontar salários de grevistas do Incra
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ciente da possibilidade de
uma paralisia total da reforma agrária a partir de hoje, o
Planalto decidiu radicalizar
com os grevistas do Incra
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
O governo fez chegar aos servidores que nenhuma mesa
de negociação será aberta e
que todos terão seus dias em
greve, que já somam 13, descontados. Segundo a Cnasi
(associação nacional de servidores do órgão), das 30 superintendências, 27 já estão
paradas, além da sede, em
Brasília. Outras três (AL, RS
e RN), segundo a associação,
devem aderir hoje à greve.
O recado foi dado pelo presidente do Incra, Rolf Hackbart, após reunião com Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário).
O aval ao Planejamento,
para não abrir uma mesa de
negociação, e ao Desenvolvimento Agrário, para descontar o salário dos grevistas, é
do próprio presidente Lula.
Essa é a quarta paralisação
da autarquia na gestão petista. Somando as greves de
2004, 2005 e 2006, são cerca
de 120 dias parados.
"Vamos buscar um amparo jurídico para não permitir
que o governo adote uma
medida inaceitável e de coerção como essa. Não vamos
nos curvar, vamos ao enfrentamento", disse José Vaz Parente, da direção da Cnasi.
Uma greve geral no Incra
engessaria todo o processo
de reforma agrária, como vistoria de imóveis rurais, desapropriação de terras, divisão
de lotes e seleção de famílias
e a distribuição de cestas básicas em acampamentos de
famílias sem-terra.
O órgão conta hoje com
cerca de 6.200 servidores.
Desde 2004, as principais
reivindicações dos funcionários se repetem, como a reestruturação da carreira, a recomposição da força de trabalho, o reaparelhamento da
autarquia e a manutenção
mínima de gratificações aos
servidores inativos -cerca
de 4.000 pessoas.
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