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DIREITOS HUMANOS
Entidade critica investigação de assassinato
OEA condena Brasil
por morte no Pará
ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local
O Brasil foi condenado ontem na
Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos)
pela morte de João Canuto, primeiro presidente do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Rio Maria, no sul do Pará, e pela deficiência na apuração do crime, ocorrido em dezembro de 1985.
Segundo James Cavallaro, diretor no Brasil da Human Rights
Watch, esta é a primeira vez, desde
a ratificação pelo Brasil da Convenção Americana, em 1992, que o
país é condenado pela OEA. A decisão da comissão foi divulgada
oficialmente ontem em Caracas
(Venezuela).
João Canuto foi assassinado no
dia 18 de dezembro por dois pistoleiros em consequência da disputa
de terras entre agricultores e proprietários rurais.
Segundo o relatório da comissão, João Canuto havia sido advertido de que latifundiários e políticos locais conspiravam contra ele.
"Essa advertência foi denunciada
à polícia, que não ofereceu proteção", diz o documento.
A OEA condena a lentidão das
investigações. Somente oito anos
depois da morte do sindicalista,
em 1993, a apuração foi concluída.
De acordo com o documento da
OEA, 20 latifundiários estariam
envolvidos na conspiração do assassinato de Canuto.
O processo tem cinco acusados
de serem os mandantes do crime,
entre eles um ex-prefeito de Rio
Maria. Três deles estão foragidos.
A entidade critica também a
omissão do Estado nesse caso e
nos assassinatos de dois filhos de
João Canuto, além da tentativa de
homicídio de um terceiro filho.
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