São Paulo, quinta-feira, 04 de julho de 2002

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NO AR

Não houve feridos

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

Depois de um dia de alegria só para FHC, governadores e prefeitos pelo país, em São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, saíram em busca das migalhas de televisão com os "heróis" -como gosta de dizer o Jornal Nacional.
Mas Geraldo Alckmin, Marta Suplicy e os outros tiveram menos "heróis" para cultuar e bem menos alegria. Na expressão da Globo:
- Um episódio triste em meio à festa.
Um episódio para mostrar a quantas anda a sede irrefreável de alegria dos brasileiros. Da Globo, mas não do JN, que escondeu o episódio:
- Os pentacampeões dançavam, cantavam, nem parecia que estavam sem descansar há 30 horas. Encontraram uma das maiores e mais alegres recepções que o Rio já viu.
Só que o tempo foi passando e, lá pelas 2h:
- A poucos quilômetros de Copacabana, o destino final, onde milhares aguardavam, os jogadores exaustos decidiram embarcar num ônibus de volta ao aeroporto.
E começou:
- Os fãs não entenderam. Atacaram o ônibus. Jogaram pedras. Quase todos os vidros foram quebrados.
Para encerrar a narrativa, a Globo deu uma frase de quebrar o encanto:
- Não houve feridos.
E eram os "heróis". Na Band, para coroar:
- O ônibus seguiu protegido pela polícia.
 
A CBN destacou uma declaração de José Serra, sobre discussões de tucanos e peemedebistas para a fusão das duas legendas -com a ressurreição do velho e esquecido MDB.
Boris Casoy abriu um sorriso de ironia e perguntou:
- Mudaram os tucanos ou mudou o PMDB?
 
O suposto crescimento de Ciro Gomes, de que se fala abertamente nos telejornais, mas não se noticia, estaria levando "terror" aos tucanos.
Ao que parece, a Serra está. O presidenciável tucano se recusava ontem a falar de pesquisas conhecidas apenas nos bastidores -e acusava oposicionistas de culpa pela crise financeira, por seu "catastrofismo" e "ignorância" na abordagem da dívida pública.
Dívida pública que é o tema preferido de Ciro -e que Lula abandonou, acuado que foi pelo mercado.
 
Para quebrar de vez a polarização de Serra e Lula, Garotinho retomou parte da Assembléia de Deus e a Igreja Universal do Reino de Deus.
Um bispo evangélico dizia que Garotinho será Davi e vencerá "o gigante".
 
A Globo noticiou a venda do mandato por um vereador no Paraná. O pagamento, segundo o vereador vendido:
- Ele me deu R$ 2.500, mais R$ 500 por mês.



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