São Paulo, segunda-feira, 04 de julho de 2005

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Irritadas, alas radicais querem comando do PT

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A explosão de novas denúncias e a decisão do presidente, José Genoino, de adiar por 72 horas a reunião da Executiva prevista para ontem provocou um motim no PT. Irritados com os métodos do chamado Campo Majoritário, a Articulação de Esquerda, a Democracia Socialista e o Movimento PT se uniram ontem para convocar o Diretório Nacional e ocupar o comando do partido.
Por maioria simples, o diretório pode substituir integrantes da Executiva. Essas correntes têm 48%. Mas a base de Genoino rachou. Até ontem, o secretário de Mobilização do partido, Francisco Campos, defendia apenas internamente a substituição do tesoureiro, Delúbio Soares, e do secretário-geral, Silvio Pereira, o Silvinho, de suas funções. Ontem, além de expor sua opinião, questionou a conduta de Genoino. "Minha solidariedade a Genoino foi até ontem. Ele cometeu um grande equívoco ao adiar a reunião. O Delúbio não pode ficar nem mais um dia."
Integrante da DS, o secretário de Formação Política, Joaquim Soriano, disse que "o Campo Majoritário faliu". "Eles acham que podem fazer tudo, que se enxerguem." Para Soriano, o momento exige a montagem de uma "Executiva de peso", numa mudança que não se restrinja a Delúbio e a Silvinho.
A origem da rebelião está na atitude do Campo Majoritário que, horas depois da convocação, cancelou, por volta da meia-noite de sábado, a reunião programada para ontem.
Para o terceiro-vice-presidente, Valter Pomar, isso reflete um erro de concepção. "É um equívoco privilegiar um setor em detrimento do partido. Eles não têm legitimidade para decidir em nome do PT."


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