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Irritadas, alas radicais querem comando do PT
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A explosão de novas denúncias e a decisão do presidente,
José Genoino, de adiar por 72
horas a reunião da Executiva
prevista para ontem provocou
um motim no PT. Irritados
com os métodos do chamado
Campo Majoritário, a Articulação de Esquerda, a Democracia
Socialista e o Movimento PT se
uniram ontem para convocar o
Diretório Nacional e ocupar o
comando do partido.
Por maioria simples, o diretório pode substituir integrantes da Executiva. Essas correntes têm 48%. Mas a base de Genoino rachou. Até ontem, o secretário de Mobilização do partido, Francisco Campos, defendia apenas internamente a
substituição do tesoureiro, Delúbio Soares, e do secretário-geral, Silvio Pereira, o Silvinho,
de suas funções. Ontem, além
de expor sua opinião, questionou a conduta de Genoino.
"Minha solidariedade a Genoino foi até ontem. Ele cometeu
um grande equívoco ao adiar a
reunião. O Delúbio não pode
ficar nem mais um dia."
Integrante da DS, o secretário
de Formação Política, Joaquim
Soriano, disse que "o Campo
Majoritário faliu". "Eles acham
que podem fazer tudo, que se
enxerguem." Para Soriano, o
momento exige a montagem
de uma "Executiva de peso",
numa mudança que não se restrinja a Delúbio e a Silvinho.
A origem da rebelião está na
atitude do Campo Majoritário
que, horas depois da convocação, cancelou, por volta da
meia-noite de sábado, a reunião programada para ontem.
Para o terceiro-vice-presidente, Valter Pomar, isso reflete um erro de concepção. "É
um equívoco privilegiar um setor em detrimento do partido.
Eles não têm legitimidade para
decidir em nome do PT."
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