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Dilma ataca DEM e apoia senador, que diz que fica
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo Lula deu ontem
novas manifestações de apoio
ao presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP), em sua estratégia de mantê-lo no cargo.
Enquanto a ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil) saiu publicamente em defesa do peemedebista, Lula o recebeu em
seu gabinete e prometeu fazer o
PT apoiá-lo. Sarney respondeu
que, nesse caso, ficará no cargo.
Principal interessada na
aliança com o PMDB em 2010,
Dilma não só apoiou Sarney como atacou os democratas, partido que pediu a licença do presidente do Senado. A ministra
disse que o DEM comandou
nos últimos anos a Primeira Secretaria da Casa e também precisa assumir sua responsabilidade pela crise.
O encontro de Lula e Sarney
aconteceu ontem pela manhã e
durou mais de uma hora. O peemedebista exigiu que o PT fique do seu lado no que classificou de uma "guerra política".
Sobre Sarney, Dilma disse ser
a favor de uma apuração de todas as acusações, mas afirmou
que, ao tentar rifar o peemedebista, os oposicionistas querem
sair do foco da crise. O senador
é um dos principais defensores
do apoio do PMDB à sua candidatura a presidente.
"A primeira coisa que eu, como gestora pública, olharia é
quem é que é responsável pelos
contratos, pelas passagens, por
tudo? A Primeira Secretaria.
Soube que os integrantes da
Primeira Secretaria foram do
DEM. Estranhamente, os integrantes do DEM pedem o afastamento do presidente Sarney", disse a ministra.
"Ela está querendo tirar o foco. Imagina que as pessoas estão desinformadas. Onde é que
tem acusação contra o DEM?
Já contra o Sarney tem", disse o
líder do DEM, senador José
Agripino Maia (RN).
Para a ministra, trata-se de
um modelo que consiste em
"esconder a questão debaixo do
tapete", o que dá em "pizza".
"Tem uma prática no Brasil
que não está correta. É achar
que sempre que você pega uma
pessoa e joga aos leões você está
no caminho de solucionar as
questões éticas", afirmou.
Ela também criticou a "demonização" de Sarney e disse
que ele não pode ser o único
responsabilizado pelos escândalos que assolam a Casa desde
a eleição do peemedebista.
Estratégia
Durante o encontro de ontem, Lula e Sarney definiram
uma estratégia comum para
manter o peemedebista no cargo: reaproximar petistas e peemedebistas do Senado, discutindo desde já palanques para
as eleições de 2010 e uma aliança para apoiar a eventual candidatura de Dilma. Lula acha que
a crise dá uma oportunidade
para reaglutinar PT e PMDB
contra PSDB e DEM.
Lula disse a Sarney que procurou mostrar a seu partido a
importância de mantê-lo no
cargo em nome da governabilidade. E prometeu monitorar o
PT. Ou seja, senadores como
Tião Viana (PT-AC), que em
público são cautelosos, mas batem em Sarney nos bastidores.
Lula reforçou o conselho para Sarney tentar se reaproximar de Tião e Marina Silva (PT-AC), a fim de tentar deixar Flavio Arns (PT-PR) isolado nas
críticas a ele.
Sarney começou o encontro
listando medidas que tomou no
Senado, destacando que quer
reduzir em 40% o quadro de
funcionalismo da Casa e cortar
para sete o número de diretorias. Lembrou ainda que pediu
à Polícia Federal que investigue
as operações de crédito consignado, que incluem a empresa
de um neto seu. (
ANGELA PINHO, VALDO CRUZ e KENNEDY ALENCAR)
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