São Paulo, sábado, 04 de julho de 2009

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Executiva do PSDB prorroga seu mandato

Resolução dá à cúpula o poder de destituir diretórios estaduais; tucanos veem problemas no Pará, no Paraná e no Rio Grande do Sul

Legenda pretende evitar os problemas enfrentados por Alckmin na eleição de 2006; governadores José Serra e Aécio Neves apoiam medida

FERNANDO BARROS DE MELLO
CATIA SEABRA

DA REPORTAGEM LOCAL

Com o aval dos governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), a Executiva Nacional do PSDB aprovou resolução que prorroga seu próprio mandato por mais um ano e confere a si mesma o poder de manter ou destituir diretórios estaduais.
Segundo a resolução, a decisão foi tomada "considerando a necessidade de que os órgãos da direção partidária, em todos os níveis, centrem suas atenções para a preparação do partido ao pleito de 2010" e "a necessidade de preservar a linha política adotada pela Direção Nacional do PSDB".
Pela resolução, aprovada na quarta-feira, a Executiva Nacional pode definir se os diretórios estaduais também serão mantidos mais um ano, substituídos por comissão provisória ou se haverá nova eleição.
Segundo tucanos, a intenção é oferecer palanques estáveis ao candidato do PSDB à Presidência, sem os distúrbios enfrentados por Geraldo Alckmin na campanha de 2006.
Num primeiro momento, caberá à Executiva Nacional buscar uma saída negociada nos Estados onde há risco de turbulência. Sem acordo, o caso será remetido ao conselho político do partido, sob o comando do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e com a participação dos governadores tucanos, do presidente do partido, Sérgio Guerra (PE), e de seu antecessor, Tasso Jereissati (CE).
Hoje fortalecida, a Executiva Nacional do PSDB reúne uma maioria serrista em sua composição. De 16 integrantes, oito são apontados como aliados de Serra, três de Aécio e cinco neutros. Entre os dez vogais (cargo que tem direito a voto na Executiva), há dois defensores de Aécio e quatro de Serra. Guerra, porém, diz que "não há essa disputa dentro da Executiva".
"Nossa intenção é garantir melhor solução com vista à eleição presidencial. Na eleição passada, nossa campanha sofreu de forma dramática. Houve uma prevalência do local sobre o nacional. O candidato não pôde ir a alguns Estados", justificou Guerra, rechaçando a expressão "intervenção" e recusando-se a adiantar em que Estados a Executiva atuará.
Tucanos enxergam problemas no Pará, no Paraná e no Rio Grande do Sul. No Paraná há três potenciais candidatos ao governo: o prefeito Beto Richa e os senadores Álvaro Dias (PSDB) e Osmar Dias (PDT).
No Rio Grande do Sul, há uma parcela do partido que defende que a governadora Yeda Crusius desista da ideia de concorrer à reeleição, permitindo a costura de aliança com o PMDB do Estado.
Os tucanos também enfrentam problemas no Rio de Janeiro e no Ceará, onde sofrem com a falta de candidatos. Serristas apelam para que o deputado Fernando Gabeira (PV) concorra ao governo do Rio.

Eleição
Os diretórios tucanos que tiverem novos eleitos terão mandato até 15 de abril de 2011.
"Foi uma prorrogação porque a Executiva Nacional está fazendo um excepcional trabalho para as eleições de 2010 e é uma Executiva que tem a confiança dos prováveis postulantes do partido", disse o deputado federal Mendes Thame, presidente do PSDB de São Paulo.
Os diretórios estaduais mantidos terão poder de decisão sobre os diretórios municipais. Caso o partido decida não prorrogar o mandato do diretório estadual, a decisão sobre os diretórios municipais também caberá à instância nacional.


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