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Painel
Recado autorizado
FHC está disposto a fazer uma
reforma ministerial maior do
que mexer apenas em dois ou
três nomes, como quer ACM.
Daí Pimenta da Veiga ter saído
falando, embora com algum exagero, em ""guinada" do governo.
Ou vai ou racha
A extensão da reforma ministerial será decisiva para a recuperação da autoridade de FHC. Os
testes serão tirar o PMDB da Justiça, contrariando Jader, e pôr
um nome forte no Desenvolvimento, apesar de ACM.
Armados até os dentes
Concebida para marcar uma
"guinada" do governo, a reforma
ministerial ameaça se transformar em uma nova crise para
FHC. ACM e Jader Barbalho estão prevenidos. Identificam em
cada movimento uma manobra
para ferir seus interesses.
Cotoveladas liberais
Na visão de ACM, a proposta
de enxugamento do ministério
feita por Bornhausen (SC) não
foi a favor, mas contra o PFL. A
fusão de pastas tiraria de cara
dois ministros ligados ao baiano:
Tourinho (Minas e Energia) e
Pedro Parente (Orçamento).
Conta de chantagem
FHC pode até não precisar
mais de três quintos da Câmara
(308 deputados) para aprovar
emendas, como defende Pimenta para fazer um expurgo na base. Mas precisa de mais de dois
terços (342) para impedir CPIs.
Cidadela ameaçada
O PMDB teme a extinção da
Secretaria de Políticas Regionais
e espera ser compensado. Mas o
que mais inquieta o partido são
os boatos de substituição de Renan Calheiros (Justiça) por um
jurista. A reação será pior se a
troca for por um tucano.
Linha defensiva
Tido como bola na caçapa,
Francisco Turra (Agricultura)
ganhou a solidariedade do PPB
para ficar. O governador Esperidião Amin (SC) fez a defesa explícita da permanência dos ministros do partido (o outro é
Dornelles, do Trabalho) junto a
FHC, sexta passada.
Pule de dez
FHC está sendo pressionado a
vetar o artigo da lei do regime
automotivo que beneficiaria a
fábrica que a Ford planeja instalar na Bahia. Quem conhece o
presidente aposta que ele não vetará nem vai tirar ministro de
ACM na reforma ministerial.
Não quer se comprometer
O presidente voltou a tentar, na
semana passada, via intermediários, trazer o governador Tasso
Jereissati para mais perto de si,
atuante na política nacional.
Sem sucesso. O cearense continua distante e cada vez batendo
mais no governo federal.
Ocupando espaço
Os governadores vão aproveitar a calmaria do recesso em Brasília para voltar à carga contra o
governo federal. Dia 9, os do
Nordeste se reúnem. No dia 15,
haverá encontro de todos. Na
mira: FEF e restrições ao uso do
Fundef em creches e pré-escola.
Ninguém se entende
Pimenta (Comunicações) andou se queixando com amigos
de que é impossível fazer a coordenação política do governo. Os
problemas começam dentro de
casa: Paulo Renato (Educação) e
Serra (Saúde) se consideram autônomos, e Clóvis Carvalho (Casa Civil) não obedece ninguém.
Vida curta
Inaugurado por FHC na campanha da reeleição, o trecho duplicado da Fernão Dias entre as
cidades mineiras de Lavras e Belo Horizonte já apresenta problemas de ondulação excessiva
do asfalto e de conservação.
Atraso recorde
O empréstimo de US$ 2,2 bi
aprovado pelo BID para o Brasil
em março ainda não foi votado
pelo Senado. Uma das razões do
atraso: Pedro Parente (Orçamento) ainda não foi à Casa explicar porque o governo usará a
verba, destinada originalmente à
área social, para pagar dívidas.
Barril de pólvora
Governador de Roraima, Neudo Campos pediu ajuda ao general Alberto Cardoso (Casa Militar). Teme que a tensão no campo no Estado saia de controle.
E-mail: painel@uol.com.br
TIROTEIO
Do deputado federal Valdir Pires (PT-BA), sobre a polícia baiana ter tentado impedir oposicionista de participar dos desfiles de
dois de julho, dia da independência do Estado, em Salvador
- O governo da Bahia impôs à
sua força pública uma tarefa de
natureza mercenária.
CONTRAPONTO
Alguma coisa em comum
Desde o momento em que foi
indicado para dirigir a Polícia
Federal, o delegado João Batista
Campelo se transformou num
alvo fixo. Poucos apostavam que
ele tomaria posse.
Entre estes, o governador de
Roraima, Neudo Campos (PPB),
que lhe empregara como secretário de Segurança Pública do
antigo território.
No dia marcado, Neudo tomou
um jatinho em Boa Vista para ir
até Brasília.
Foi uma das piores viagens feitas pelo governador. Logo após a
decolagem, o jatinho começou a
atravessar zonas de turbulência
que balançavam o aparelho.
Ao chegar a Brasília, Neudo se
encontrou com Campelo:
- Como vão as coisas?
Sob fogo cerrado, Campelo foi
sincero:
- Num sobe e desce danado!
E Neudo, com a viagem ainda
fresca na memória:
- Isso não é nada. Sobe e desce danado foi a viagem que eu fiz
para assistir à sua posse!
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